Foto: Arquivo/Agência Brasil
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Confiança dos empresários da indústria mineira se aproxima do patamar anterior à pandemia

Índice que mede otimismo da indústria local é positivo pelo terceiro mês consecutivo e já é maior do que o observado no mesmo período do ano passado

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Pelo terceiro mês consecutivo, os empresários industriais mineiros estão confiantes. Em outubro, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) no estado chegou a 61,9 pontos, de acordo com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG). O maior otimismo foi observado tanto em relação às condições atuais, quanto às expectativas para os próximos seis meses.
 
O indicador já é maior do que o registrado em março (60,2 pontos), mês que ficou marcado pela interrupção de várias atividades do segmento por causa do novo coronavírus. Além disso, o índice de confiança já se aproxima do que foi verificado no período de pré-pandemia da Covid-19. Em fevereiro, o ICEI alcançou 63,9 pontos, por exemplo. 
 
Segundo Daniela Muniz, analista de Estudos Econômicos da FIEMG, após um segundo trimestre muito crítico para economia, as atividades produtivas vêm se normalizando, o que, no caso da indústria, ela atribui a dois fatores. “Como muitas empresas aderiram ao programa de manutenção dos empregos e uma parte da população recebeu o pagamento do auxílio emergencial do governo, a demanda se manteve, favorecendo a retomada da atividade industrial mais rapidamente do que era esperado”, explica.

Arte: Brasil 61
 
Perspectiva

Na comparação com outubro do ano passado, o ICEI dos mineiros aumentou 2,1 pontos. A expectativa é de que o índice de confiança se mantenha em patamar elevado até o fim do ano, impulsionado pela manutenção do auxílio emergencial até dezembro. Muniz explica que, no momento, os industriais estão otimistas, mas com os pés no chão.
 
“O empresário está confiante, porque ele percebe que o pior da crise ficou para trás e que a atividade está se recuperando. No entanto, estão cautelosos, tendo em vista alguns fatores que podem reduzir esse ritmo de recuperação, como o fim dos programas de manutenção do emprego e do pagamento do auxílio emergencial.”
 
Empresa mineira de soluções tecnológicas – com foco em mobilidade urbana –, a Tacom chegou a registrar queda de mais de 40% no faturamento durante a pandemia. Perder os trabalhadores “altamente especializados” seria ainda pior, conta Marco Antônio Tonucci, diretor de marketing e mercado. “Fizemos um ajuste com os funcionários do ponto de vista da remuneração e horas trabalhadas, de forma a chegar a um ponto comum entre a nossa demanda e o que poderia ser ajustado”, lembra. 
 
A solução para manter a equipe trabalhando surgiu de uma iniciativa social desenvolvida pela empresa, o projeto Inspirar. A mão de obra ociosa foi deslocada para a produção de ventiladores pulmonares – equipamento fundamental para tratamento de pacientes com quadros graves da Covid-19. Cerca de 1,5 mil respiradores foram entregues à FIEMG e doados aos hospitais de Minas Gerais. 
 
“Esse projeto foi puramente gerado para produzir esses equipamentos e diminuir a ansiedade da população e do governo em relação à possível falta dos ventiladores pulmonares. As notícias que temos é que diversas pessoas já foram salvas por esses respiradores e isso nos traz um retorno do ponto de vista pessoal muito grande”, celebra Marco.
 
Assim como a maior parte dos colegas industriais do estado, o diretor está confiante na retomada econômica, mas cauteloso, à espera dos acontecimentos políticos e econômicos. “Estou com otimismo elevado. A necessidade de retomar é que tem feito essa diferença. Acho que 2021, apesar das dificuldades, vai ser calçado pela iniciativa dos empresários de manter o grau de atividade econômica mais alto”, diz.

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Avança Minas

Para incentivar a retomada econômica no estado, o governador Romeu Zema lançou o “Avança Minas”, um conjunto de medidas de desburocratização para melhorar o ambiente de negócios no estado. O projeto engloba um pacote de obras públicas que somam cerca de R$ 1 bilhão nas áreas de saúde, educação, segurança pública, infraestrutura rodoviária e urbana. 
 
De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômica de Minas Gerais, as obras devem gerar 35 mil empregos diretos e indiretos, contribuindo com mais de R$ 3 bilhões para o PIB (Produto Interno Bruto) dos municípios mineiros e cerca de R$ 181 milhões em arrecadação de impostos. Além dos recursos estaduais e federais, as obras também ocorrem em parceria com a iniciativa privada e concessões.

ICEI

O ICEI é um indicador mensal publicado pela FIEMG e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador é composto por dois componentes: a visão dos empresários sobre as condições atuais e as expectativas. Os valores variam de 0 a 100. 
 
Se a ponderação desses dois componentes for maior que 50 pontos, indica que os empresários estão otimistas. Se for menor, aponta para um posicionamento de desconfiança. Para chegar ao índice de outubro, a FIEMG ouviu, ao todo, 232 indústrias no estado, sendo 74 grandes, 77 médias e 81 pequenas empresas.

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