Vacina - Foto: Divulgação Governo de São Paulo
Vacina - Foto: Divulgação Governo de São Paulo

Mais de 1,7 mil municípios tem interesse em aderir ao consórcio para compra de vacinas contra a Covid-19

Doses compradas pelo setor privado deverão ser doadas ao SUS até o fim da imunização dos grupos prioritários

SalvarSalvar imagemTextoTexto para rádio

ÚLTIMAS SOBRE SAÚDE


Mais de 1,7 mil municípios brasileiros manifestaram interesse em aderir ao consórcio público para compra de vacinas contra a Covid-19. O Consórcio Nacional de Vacinas das Cidades Brasileiras (Conectar), é liderado pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e dará suporte aos municípios caso o Programa Nacional de Imunização (PNI) não consiga suprir a demanda nacional.

O prazo para adesão foi na última sexta-feira (5), mas cidades que ainda não aderiram podem se inscrever. Basta aprovar o projeto de lei disponibilizado pela FNP nas Câmaras de suas respectivas cidades e enviá-los, com o requerimento do prefeito, à Frente de Prefeitos. No dia 22 de março será realizada assembleia de instalação do consórcio.

Rio Branco, Manaus, Salvador, Fortaleza, Goiânia, São Luís, Belo Horizonte e Curitiba foram algumas cidades que aderiram ao consórcio. Confira lista das demais adesões. 

O ex-prefeito de Campinas (SP) e presidente da Frente Nacional dos Prefeitos, Jonas Donizette, pontuou que a associação quer colaborar com o processo de imunização da população. “O consórcio foi muito além das nossas expectativas, o que mostra uma fragilidade na parte organizacional que vinha acontecendo nesse processo da vacina. Queremos colaborar. A palavra é colaboração, não é enfrentamento”, explicou Donizette. 

O objetivo do consórcio público é para aquisição de vacinas, medicamentos, insumos e equipamentos que está estabelecida na Lei nº. 11.107/2005. De acordo com o PNI, a obrigação de adquirir imunizantes para a população é do governo federal. Porém, diante da urgência em vacinar a população contra a Covid-19 e retomar as atividades de forma segura, o consórcio público, amparado na segurança jurídica oferecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), torna-se uma possibilidade de acelerar esse processo.

Os recursos para compra de vacinas poderão ser disponibilizados de três formas: por meio dos municípios consorciados, de aporte de recursos federais e de eventuais doações nacionais e internacionais.

A distribuição dos imunizantes vai seguir o critério da origem do recurso. Se a verba para compra de uma determinada quantia de doses for federal, internacional ou oriunda de doação, cada cidade do consórcio receberá um percentual de doses proporcional a sua população.

Governo vai iniciar nova distribuição de vacinas na próxima semana

Fiocruz Amazonas desenvolve teste que identifica variantes da Covid-19

Brasil recebe insumos da China para 14 milhões de doses de vacina

Na terça-feira (2), a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei (PL 534/21) que autoriza a compra das vacinas por estados, municípios e setor privado. No caso do setor privado, as doses deverão ser integralmente doadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) enquanto a vacinação dos grupos prioritários estiver acontecendo, como definido pelo Ministério da Saúde. 

Após a conclusão dessa etapa, o setor privado poderá ficar com metade das vacinas que comprar, e estas deverão ser aplicadas gratuitamente. A outra metade deverá ser remetida ao SUS. Em caso de possíveis efeitos colaterais provocados pela medicação, a União, estados e municípios ficam responsáveis por indenizar os cidadãos. 

O Deputado Neucimar Fraga (PSD/ES) expressou que a vacina precisa ser disponibilizada, independente de qual via. “A população não quer saber de onde vem a vacina. Se vai vir do município, se vai vir do estado, se vai vir do governo federal ou se vai vir do setor privado. A população quer ser vacinada!”, disse o deputado.

Vacinas

A Frente Nacional dos Prefeitos esclarece que não quer concorrer com o Ministério da Saúde pela compra das vacinas. A pasta assinou intenção de compra dos imunizantes pela Pfizer e Janssen, e pediu exclusividade na venda. Isso significa que estados e municípios não poderão negociar com as farmacêuticas.

Segundo o Ministério da Saúde, as doses da Pfizer começam chegar ao Brasil no segundo trimestre de 2021, mas não houve detalhamento do cronograma. Com a Janssen, o cronograma proposto prevê a disponibilidade de 16,9 milhões de doses entre julho e setembro e 21,1 milhões de doses entre outubro e dezembro de 2021
.
No Twitter, Donizette comemorou a notícia e afirmou que a decisão não afeta a construção do consórcio. “Talvez a adesão maciça dos prefeitos tenha até ajudado o governo a tomar essa decisão. Jamais saberemos se o empurrão foi nosso, mas isso pouco importa. O que nos interessa, mesmo, é que a vacinação dos brasileiros seja um fato e não uma promessa.”

O Sistema Único de Saúde (SUS) concede autonomia a estados e municípios para montar seu próprio esquema de vacinação e dar vazão à fila de acordo com as características de sua população, demandas específicas de cada região e doses liberadas.

Receba nossos conteúdos em primeira mão.