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Desde o início da pandemia do novo coronavírus a sociedade passou a necessitar, ainda mais, de médicos infectologistas. É perceptível que esses profissionais ganharam um espaço merecido não só na mídia, mas até mesmo de reconhecimento e respeito na sociedade.
O Brasil possui cerca de 4 mil profissionais em infectologia, número pequeno quando comparado a especialidade em pediatria, que possui mais de 43 mil profissionais. Os dados são do estudo em Demografia Médica no Brasil 2020 realizado pela Universidade de São Paulo (USP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM).
Com a baixa de especialistas no mercado e a grande demanda durante o período da pandemia, alguns municípios não possuem profissionais da área na rede de saúde pública. Como é o caso de Goianésia, em Goiás. A vereadora Salete Carrilho (MDB), solicitou à prefeitura a contratação de médico infectologista para o município, pois, segundo ela, a cidade sofre com aumento de casos de hanseníase, leishmaniose, sífilis e Covid-19. Além disso, quem necessita desse atendimento precisa se locomover até Goiânia (GO).
“Muitas vezes a comunidade precisa buscar atendimento na capital [Goiânia] em busca de tratamento com infecto. Então existe esse deslocamento que causa dificuldade e desconforto aos pacientes”, diz.
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O Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Julival Ribeiro, destaca que é fundamental a necessidade de ter um especialista na área em todos os hospitais. “É fundamental que todo hospital tenha um infecto, pois ele tem uma gama de afazeres, como tratar hepatite, AIDS, infecção bacteriana grave, entre outros. Além disso, ele coordena o controle de infecções, avalia o paciente e decide o melhor tratamento.
O município de Pirassununga (SP), possui três infectologistas para atender a demanda de 76 mil habitantes. Sendo dois na prefeitura e somente um no único hospital da cidade, o Santa Casa de Misericórdia.
Apesar da pequena quantidade de profissionais, o prefeito de Pirassununga, Milton Dimas Tadeu, diz que a orientação desses especialistas é fundamental para tomar as medidas corretas no que diz respeito a Covid-19 e demais doenças. “Indiscutivelmente os infectologistas são imprescindíveis para tocar essa área da saúde, tanto no município, quanto no hospital. São eles que fazem, através de pesquisas e estudos, os protocolos de atendimento aos pacientes”, elogia.
Os médicos infectologistas ganharam maior notoriedade no tratamento contra a Covid-19, mas esses profissionais trabalham contra uma lista longa de enfermidades. Eles atuam na identificação, prevenção, tratamento e controle de doenças infecciosas. Além de auxiliar, também, em imunizações.
Julival Ribeiro relembrou a importância do trabalho dos infectologistas durante a descoberta da AIDS e no constante tratamento. “Ainda não temos a cura, mas como foi importante o apoio da infectologia na prevenção e tratamento da AIDS, esse é um exemplo muito importante aqui no Brasil em relação a esse problema”, destacou o representante da SBI.
A infectologista Ana Helena Germoglio vem ganhando destaque pelo seu trabalho em Brasília (DF). Com 16 anos de carreira, a profissional se formou na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em janeiro de 2005, e no mês seguinte do mesmo ano foi para a capital federal assumir a residência médica em infectologia.
Atualmente ela atua no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN-DF), referência no tratamento da Covid-19 na capital, também em um hospital particular e em sua própria clínica. Além disso, é professora de pós-graduação em controle de infecção hospitalar.
A escolha da profissão veio de uma inspiração muito pessoal, a mãe de Ana Helena também é infectologista. Ela conta que desde criança acompanhava a mãe trabalhando no hospital. “Até hoje lembro bem dela me ensinando sobre a área, sinais típicos de crianças com escarlatina [doença bacteriana rara]. E hoje, mesmo estando em cidades distantes, eu em Brasília e ela em João Pessoa, formamos uma grande dupla de infectologistas”, afirma.
Ana Helena conta que a rotina profissional mudou bastante com a pandemia do novo coronavírus, e por isso, teve que abrir mão de momentos da vida com os filhos. “Tento fazer com que eles entendam, ainda são crianças, mas espero que assim como entendi a minha mãe, no futuro eles possam me entender e, se Deus quiser, terão orgulho de mim como tenho da minha mãe.”
Para a médica, o que mais mudou na profissão foram as demandas por celular. Ela explica que mesmo com toda a facilidade tecnológica, alguns casos não podem ser tratados de forma virtual. Mas que, orientar os colegas de profissão, se tornou muito mais fácil.
Ana Helena diz que a especialidade ganhou muito mais destaque e as pessoas passaram a entender melhor o trabalho dos infectologistas. “Nunca antes se falou tanto em infectologia como hoje, todos os olhos do mundo se voltaram a essa especialidade. Mesmo sendo uma das áreas menos valorizadas no setor médico”. Segundo ela, a especialidade trata doenças negligenciadas e permeia por muitos segredos e intimidades dos pacientes, por isso, é menos comum as pessoas falarem que vão ao infectologista.
Para ela, a área possui três grandes desafios: cuidar dos pacientes sem um tratamento sabidamente eficaz, proteger os colaboradores da saúde e tentar da melhor forma possível orientar corretamente a população. “Se eu pudesse escolher novamente, mais uma vez eu escolheria a infectologia.”
Neste domingo (11/04) é comemorado o dia do infectologista. O Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) Julival Ribeiro parabeniza todos os profissionais pelo trabalho prestado à sociedade, principalmente durante a pandemia de coronavírus.
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