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As principais pautas defendidas pelo Brasil na Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP28) são a transição para uma economia de baixo carbono, adaptação à mudança do clima e avaliação do avanço do Acordo de Paris. Esse foi o tema de um dos painéis do evento “Diálogo Pré-COP28: o papel da indústria na agenda de clima”, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, na última terça-feira (12).
O secretário substituto de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente, Aloisio Melo, comentou a agenda brasileira para a COP28, prevista para acontecer de 30 de novembro a 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
“São vários temas. O primeiro é que tenha um processo de avaliação global sobre o avanço do Acordo de Paris, um processo que seja consistente e que mostre qual é a lacuna em termos de compromisso dos países rumo ao objetivo maior do Acordo de Paris, que é o de manter o aquecimento global limitado a 1,5ºC de forma que os prováveis impactos sejam administráveis. Tem que ser um processo de avaliação robusta que coloque na mesa a necessidade de os países avançarem no sentido de compromissos mais fortes, mais consistentes para que esse objetivo venha a ser atendido”, afirma.
Em 2022, na COP27, o Brasil ratificou os compromissos que foram firmados no Acordo de Paris, de reduzir em 37% suas emissões de gases de efeito estufa até 2025; e em 50% até 2030; além de atingir a neutralidade climática até 2050.
O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, destacou a responsabilidade e o protagonismo do Brasil no que diz respeito ao meio ambiente. Ele ressaltou que a biodiversidade brasileira é mais rica do que a da Europa e dos Estados Unidos e que, por isso, não há como comparar, por exemplo, as leis ambientais. Jorge Viana citou ainda qual o principal desafio do Brasil na COP28.
“Qual é o nosso desafio hoje? Voltar para a Europa, voltar para as COPs com a narrativa correta, repondo o Brasil na posição que ele não deveria ter saído, de protagonista desse processo. E eu acho que é esse o desafio da COP28. Chegar com altivez, mas chegar unido. O nosso desafio na COP28 é estarmos juntos”, pontua.
Para o embaixador extraordinário para a Mudança do Clima, Luiz Alberto Figueiredo, o combate à mudança do clima abre oportunidades para investimentos e crescimento econômico e social. Ele afirma que um “crescimento verde” vai trazer geração de emprego e renda. Figueiredo destaca a importância do papel de liderança que o Brasil pode desempenhar na COP28.
“A COP28 será um momento de retomada para nós. Um momento em que voltaremos aos grandes palcos da negociação internacional climática, com o que mostrar, com o que dizer e com o sentido de liderança que, ao longo dos anos, soubemos manter exatamente por essa irmandade de pensamentos entre os vários setores da sociedade brasileira: governo, sociedade civil, Legislativo, Judiciário. Todos temos uma consciência muito clara do que precisa ser feito e todos temos uma consciência muito clara de que o Brasil é um país que lidera”, ressalta.
A estratégia para uma economia de baixo carbono defendida pela CNI é estruturada em quatro pilares: transição energética, mercado de carbono, economia circular e conservação florestal. De acordo com a entidade, “o objetivo é acelerar a implementação de programas e tecnologias necessários ao avanço rumo à redução de emissão de gases do efeito estufa, no curto e médio prazos, e à neutralidade climática em 2050”.
A diretora de Relações Institucionais da CNI, Mônica Messenberg, ressalta que a COP28 será palco de importantes debates para a ação climática mundial, como o mercado global de carbono. Ela afirma que a expectativa é que as negociações resultem em ações concretas e equitativas. Messenberg defende ainda a relevância da atuação do Brasil na conferência devido à matriz energética limpa e à biodiversidade do país.
“Precisamos acelerar a descarbonização de forma responsável, permitindo, ao mesmo tempo, o acesso à energia para todos, promovendo desenvolvimento sustentável e apoiando a transição justa. O Brasil tem um papel fundamental nesse processo. Buscamos alcançar uma economia mais resiliente, que valorize nossa biodiversidade com a geração de oportunidade de investimentos mais bem direcionados para o crescimento econômico sustentável”, argumenta.
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