Data de publicação: 11 de Agosto de 2021, 17:00h, atualizado em 12 de Agosto de 2021, 19:28h
LOC.: A tecnologia usada no sistema eleitoral do País é ultrapassada e o sentimento de segurança no processo de votação eletrônico encoberta, justamente, a principal ameaça: a possível manipulação dos resultados por meio dos próprios programas do TSE. É o que alertam os especialistas.
Os softwares, as memórias, os bancos de dados, os sistemas de transmissão são todos eletrônicos e digitais, e aí está o perigo. Se eles forem burlados, a conferência e a busca pelo erro seriam praticamente impossíveis e o resultado dos pleitos manipulados seria facilmente aceito sem que ninguém suspeitasse das fraudes, como explica, Amílcar Brunazo, especialista em Criptografia e Inteligência Artificial e coordenador do Fórum do voto eletrônico.
TEC/SONORA: Amílcar Brunazo, especialista em Criptografia e Inteligência Artificial
“O problema não é saber se houve ou não fraude. Não dá para auditar o sistema [do TSE]. Se houver fraude, não vai descobrir”.
LOC.: Vários países no mundo abandonaram as urnas eletrônicas 100% digitais e adotaram o voto auditável impresso após a publicação do estudo o Princípio de Independência do Software em Sistemas Eleitorais, do matemático americano, Ronald Rivest, em 2006.
A publicação põe em "xeque" a segurança do modelo usado no Brasil e sugere a emissão de comprovante físico de votação.
Democracias consolidadas, como as dos Estados Unidos, Rússia, Canadá, Bélgica e Argentina, por exemplo, abandonaram as urnas eletrônicas 100% digitais há muito tempo, como destaca Amílcar Brunazo.
TEC/SONORA: Amílcar Brunazo, especialista em Criptografia e Inteligência Artificial
“No resto do mundo, essa questão já foi resolvida. Tem de ter voto impresso por um motivo muito simples: quando o eleitor vota, na tela aparece o voto. Ele [voto] está gravado em uma área da memória da urna. Depois que o eleitor confirma, o voto é gravado em outra área da memória, arquivo de registro digital do voto. Como o eleitor vai saber que o voto foi gravado? Você não pode ver que foi gravado”.
LOC.: A Câmara dos Deputados teve a oportunidade de contribuir para a modernização do sistema eleitoral do País, nesta terça-feira (10), quando o plenário da Casa votou a PEC do voto impresso.
A proposta previa a implementação do voto impresso auditável, com emissão de comprovante impresso para recontagem e auditoria; no entanto, caiu por 229 votos contrários e somou apenas 218 a favor. A PEC precisaria de 308 votos favoráveis para continuar a ser discutida no Congresso Nacional.
Reportagem, Cristiano Ghorgomillos
NOTA
LOC.: A tecnologia usada no sistema eleitoral do país é ultrapassada e o sentimento de segurança no processo de votação eletrônico encoberta, justamente, a principal ameaça: a possível manipulação dos resultados por meio dos próprios programas do TSE. É o que alerta o especialista em Criptografia e Inteligência Artificial e coordenador do Fórum do voto eletrônico, Amílcar Brunazo.
Os softwares, as memórias, os bancos de dados, os sistemas de transmissão são todos eletrônicos e digitais, e aí está o perigo. Porque se, eles forem burlados, a conferência e a busca pelo erro seriam praticamente impossíveis e o resultado dos pleitos manipulados seria facilmente aceito sem que ninguém suspeitasse das fraudes.
Os riscos de fraudes podem continuar a ‘assombrar’ o sistema de votação brasileiro porque, nesta terça-feira (10), a Câmara dos Deputados teve a oportunidade de contribuir para a modernização do sistema eleitoral do país, quando o plenário da Casa votou a PEC do voto impresso.
A proposta previa a implementação do voto auditável, com emissão de comprovante ao eleitor; no entanto, caiu por 229 votos contrários e somou apenas 218 a favor. A PEC precisaria de 308 votos favoráveis para continuar a ser discutida no Congresso Nacional.
Reportagem, Cristiano Ghorgomillos