Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil
Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil

SIMPLES NACIONAL: Empresários pedem atualização urgente do teto do MEI para R$ 144,9 mil

Tabela do Simples Nacional está congelada desde 2018 e já acumula defasagem de 83%, afetando diretamente a competitividade de milhões de pequenos negócios


A proposta de atualização do Simples Nacional, defendida por representantes do setor produtivo, prevê correção de 83,03% nos limites de faturamento, acompanhando a inflação acumulada desde 2018. Com isso, o teto do Microempreendedor Individual (MEI) passaria de R$ 81 mil para R$ 144,9 mil; o da microempresa, de R$ 360 mil para R$ 869,4 mil; e o da empresa de pequeno porte, de R$ 4,8 milhões para R$ 8,69 milhões.

Segundo cálculos do setor produtivo, a medida poderia gerar mais de 869 mil empregos e movimentar R$ 81,2 bilhões na economia. Atualmente, a arrecadação do Simples Nacional corresponde a apenas 5% da receita da União.

O tema foi debatido em audiência pública na Câmara dos Deputados nesta semana, quando lideranças empresariais e parlamentares cobraram a atualização imediata da tabela, congelada desde 2018 e considerada um entrave para a competitividade de micro e pequenas empresas em todo o país.

“Questão de justiça tributária”

O presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Alfredo Cotait Neto, criticou a falta de correção dos limites, que força empresas em crescimento a deixar o regime sem terem ampliado de fato suas atividades.

“No Brasil, tudo tem correção. Se atraso o pagamento de um imposto, a correção chega a 20, 30, 40 por cento. A única coisa que não corrige é a tabela do Simples Nacional. Mas por que não corrige? Qual é a razão? Exatamente por causa dessa pressão para acabar com o Simples Nacional”, disse Cotait.

Ele lembrou ainda que, desde a criação do Simples em 2007, o número de empreendedores saltou de 1 milhão para mais de 23 milhões, reforçando o papel do regime como instrumento de inclusão econômica. “O Simples não é uma renúncia fiscal, e sim uma grande revolução social”, destacou.

Atualização não é benefício extra, dizem empresários

A diretora jurídica da Fecomércio-SP, Sarina Manata, fez questão de esclarecer que não se trata de criar vantagens adicionais para os pequenos negócios, mas apenas de corrigir uma distorção acumulada há anos.

“Os valores podem parecer dobrar, alguns limites que até dobram. Mas isso acontece justamente porque há muito tempo não são atualizados. A gente tem uma lei complementar que instituiu o Simples Nacional, que é de 2006. Em 2016 até houve uma atualização de algumas faixas, mas não de tudo. Então, tem alguns valores que estão desatualizados desde 2006. Por isso, alguns até duplicam. E a gente não está falando de querer ampliar o Simples Nacional. Toda vez que você deixa de atualizar essas faixas, o que acontece é que se paga mais tributo”, explicou.

Competitividade ameaçada

Dados do Sebrae Nacional apresentados na audiência mostram que o Simples reúne 24 milhões de empresas: 16,5 milhões de MEIs e 7,5 milhões de micro e pequenas empresas. Juntas, elas representam 97% das companhias ativas no país, respondem por 25% dos empregos formais e foram responsáveis por 77% das vagas criadas nos últimos cinco anos. O setor movimenta R$ 2,5 trilhões por ano e arrecada R$ 167 bilhões em tributos, o equivalente a 27% do PIB.

O deputado Zé Adriano (PP-GO), que presidiu a audiência, reforçou que o tema precisa de urgência na Câmara. “Seria essencial que essa correção acontecesse todos os anos, mas, como isso não ocorre, temos hoje uma defasagem gritante, que causa um grande prejuízo aos negócios”, afirmou.
Segundo o parlamentar, a comissão vai acompanhar o processo de perto e trabalhar para que a proposta seja levada ao Plenário o mais rápido possível.
 

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 LOC.: O teto de faturamento do Microempreendedor Individual pode subir de OITENTA E UM MIL para CERCA DE CENTO E QUARENTA E CINCO MIL REAIS. O pedido de atualização da tabela do Simples Nacional foi tema de uma audiência pública na Câmara dos Deputados nesta semana.

 Empresários e parlamentares defenderam que a correção é urgente, já que os valores estão congelados desde 2018 e acumulam uma defasagem de 83%, o que ameaça a competitividade de milhões de pequenos negócios.
O presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil, Alfredo Cotait Neto, lembrou que a falta de atualização obriga empresas em crescimento a deixarem o regime, mesmo sem terem ampliado de fato suas atividades.
 

TEC./SONORA: Alfredo Cotait – presidente da CACB

“No Brasil, tudo tem correção. Se eu atraso o pagamento de um imposto, a correção chega a 20, 30, 40 por cento. A única coisa que não corrige é a tabela do Simples Nacional. Mas por que não corrige? Qual é a razão? Exatamente por causa dessa pressão para acabar com o Simples Nacional.”


LOC.: A proposta apresentada pelas entidades prevê que, além do teto do MEI, o limite para microempresas passe de TREZENTOS E SESSENTA MIL para OITOCENTOS E SESSENTA E NOVE MIL REAIS, e o das empresas de pequeno porte, de QUATRO MILHÕES E OITOCENTOS MIL para OITO MILHÕES E SEISCENTOS E NOVENTA MIL REAIS.

 Estudos indicam que a correção poderia gerar quase OITOCENTOS E SETENTA MIL novos empregos e injetar mais de OITENTA E UM BILHÕES na economia.
A diretora jurídica da Fecomercio de São Paulo, Sarina Manata, destacou que não se trata de criar benefícios extras, mas apenas de corrigir uma distorção.
 

TEC./SONORA: Sarina Manata - diretora jurídica da Fecomercio de São Paulo

“Os valores podem parecer… tem alguns valores que até dobram, alguns limites que até dobram. Mas isso acontece justamente porque há muito tempo não são atualizados. A gente tem uma lei complementar que instituiu o Simples Nacional, que é de 2006. Em 2016 até houve uma atualização de algumas faixas, mas não de tudo. Então, tem alguns valores que estão desatualizados desde 2006. Por isso, alguns até duplicam. E a gente não está falando de querer ampliar o Simples Nacional. Toda vez que você deixa de atualizar essas faixas, o que acontece é que se paga mais tributo.”


LOC.: O deputado Zé Adriano, do PP de Goiás, que presidiu a audiência, defendeu que o tema seja prioridade do Congresso Nacional.
Ele disse que a comissão vai acompanhar o processo junto à presidência da Câmara para levar a pauta ao Plenário o quanto antes, garantindo mais competitividade e segurança jurídica para micro e pequenas empresas em todo o país.

Reportagem, Livia Braz