LOC.: Desde julho, setor da construção civil é destaque na geração de empregos formais em Salvador. Apenas em setembro, o saldo positivo entre admissões e desligamentos é de 1.635 postos de trabalho, segundo dados do Caged. Os números colocam o segmento com o melhor balanço entre as áreas analisadas na capital baiana, ficando à frente até mesmo do setor de serviços, braço forte do PIB soteropolitano.
Esse cenário de balanço positivo na construção civil deve se estender pelo menos até o final de 2021. O setor é um dos 17 beneficiados pela derrubada do veto presidencial à prorrogação da desoneração da folha de pagamento. Com a decisão, o Congresso Nacional espera pela manutenção de cerca de seis milhões de empregos em todo o país.
Para o deputado federal Daniel Almeida, do PCdoB da Bahia, a prorrogação da desoneração da folha até o final do ano que vem vai de encontro à necessidade que o país tem de reaquecer a economia.
TEC./SONORA: Daniel Almeida, deputado federal.
“A derrubada do veto permite que os setores que empregam neste país possam manter as suas atividades. Essa construção (acordo no Congresso Nacional) foi muito importante porque neste momento o que nós precisamos é de geração de empregos.”
LOC.: A desoneração da folha permite que empresas desses 17 setores possam contribuir para a Previdência Social com um percentual que varia de 1% a 4,5% sobre o faturamento bruto, em vez de 20% de contribuição sobre a folha de pagamento.
Para Roberto Piscitelli, professor de Economia da Universidade de Brasília (UnB), é comum que renúncias fiscais sejam prorrogadas no Brasil. Para Piscitelli, essa é uma medida emergencial.
TEC./SONORA: Roberto Piscitelli, economista.
“Importantes setores da economia deixam de pagar contribuição previdenciária patronal de 20% sobre a folha e passam a contribuir sobre a receita bruta. O que é muito comum no Brasil é que essas renúncias fiscais são prorrogadas sucessivamente.”
LOC.: Embora a economia soteropolitana venha apresentando sinais de melhora desde julho, o balanço geral do mercado de trabalho ao longo do ano é negativo. Entre todos os segmentos pesquisados pelo Caged, foram 17.154 demissões a mais do que contratações.
O setor de serviços foi o que mais teve desligamentos até setembro – foram mais de 75 mil demissões –, seguido pelo comércio, com pouco mais de 28 mil pessoas desligadas.