LOC.: O senador Marcos do Val (Podemos-ES) afirmou, na última sexta-feira (6), que fará cair o Decreto assinado por Lula que muda as regras para aquisição e registros de armas de fogo. No último dia 3 de janeiro, o parlamentar já havia apresentado o Projeto de Decreto Legislativo (PDL), que prevê a suspensão do Decreto.
TEC./SONORA: Senador Marcos do Val (Podemos-ES)
“Eu apresentei o PDL. O meu partido, Podemos, junto comigo, já está apresentando uma ADIN [Ação direta de inconstitucionalidade] no STF [Supremo Tribunal Federal]. O resto já está tudo já encaminhado. Já avisei o presidente do Senado sobre o PDL, ele já entendeu e disse que vai dar prioridade. Então, estamos cercando de todos os lados e não vai ter outra alternativa. O decreto vai cair.”
LOC.: De acordo com o cientista político André César, o Projeto de Decreto Legislativo pode revogar normas do Poder Executivo, mas precisa ser aprovado pelas duas Casas do Congresso Nacional, por maioria absoluta. Além disso, antes de ir ao Plenário, é necessário passar em comissões temáticas ou obter aprovação em um requerimento para tramitação em regime de urgência.
TEC./SONORA: André César, cientista político
“Olha, no caso, tem duas questões. Primeiro que você derruba a eventual suspensão do decreto, revoga as ideias propostas pelo atual governo, novo governo. E segundo que seria uma demonstração de fraqueza, quer dizer, o governo ainda não tem os votos. O governo Lula, que acabou de chegar, não tem os votos necessários para aprovar matérias importantes da agenda dele."
LOC.: O pesquisador de tópicos relacionados à segurança pública, Vinicius Peçanha, entende que existem dois pontos importantes sobre essa questão: o impacto econômico no setor de armas e o custo de vidas potenciais.
TEC./SONORA: Vinicius Peçanha, candidato a PHD pela Universidade de British Columbia e pesquisador de tópicos relacionados à segurança pública
“Existe uma regulamentação necessária, dado que o uso irrestrito ou a circulação irrestrita de armas pode sim causar mais mortes. Hoje, pelo que a literatura científica, acadêmica indica, o custo humano é muito maior do que o custo econômico.”
LOC.: Peçanha afirma que, em 2018, havia um número estimado de 8 milhões de armas registradas no país. Mas, devido aos decretos que flexibilizaram o porte, hoje não existe uma transparência quanto ao número de armamento no país.
Reportagem, Nathália Guimarães.