LOC.: Com a publicação, nesta semana, da revogação de algumas normas do decreto das armas, que restringe a compra de armamentos, alguns lojistas se mostram preocupados com o possível impacto econômico que a medida pode gerar para o setor.
Um dos lojistas do ramo que está preocupado com a situação é Eduardo Oliveira. Ele é CAC há 15 anos e instrutor de tiro há 10 anos, mas também tem uma loja de armamentos em Fortaleza, no Ceará. Eduardo diz que os investimentos em novas compras para a loja ficará mais restrito e teme pelo futuro do estabelecimento.
TÉC./SONORA: Eduardo Oliveira, lojista e instrutor de tiro.
“Financeiramente gera um impacto muito grande na minha empresa. Na data de hoje, eu estou demitindo nove funcionários, porque não tem mais o que eles fazerem. É um impacto muito grande em relação à minha empresa, ao meu ramo.”
LOC.: O economista Marcos Melo analisa que o cenário econômico consequente dessa revogação é de menos investimento das empresas tanto na compra de mais produtos, quanto na abertura de novos estabelecimentos.
TÉC./SONORA: Marcos Melo, economista.
“Os empresários, na medida em que percebem a diminuição desse mercado, tendem a investir menos, tanto em abrir novas empresas quanto, as empresas que já estavam abertas, demitir pessoal por conta da falta de movimento e também de compra de novos produtos.”
LOC.: O doutor e mestre em Direito Penal pela Universidade de São Paulo (USP) Matheus Falivene pontua que a revogação das normas do decreto das armas não é “fruto de uma política pública bem pensada e estruturada”.
TÉC./SONORA: Matheus Falivene, doutor e mestre em Direito Penal pela USP.
“Dessa forma, o que vai acontecer em grande medida é o mesmo que aconteceu quando da promulgação do Estatuto do Desarmamento, em 2003, que era tido como uma grande promessa no combate à violência, mas que teve um efeito muito pequeno na redução da criminalidade.”
LOC.: Já em relação aos lojistas e empresários que se sentirem lesados com o novo decreto, Matheus Falivene afirma que é possível que esses recorram ao Poder Judiciário para verificar se a medida é legal e constitucional.
Reportagem, Ana Luísa Santos.