LOC.: O secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, afirmou nesta terça-feira (13) que as obrigações tributárias acessórias que as empresas têm de prestar ao Fisco estão com os dias contados. Segundo ele, com o avanço tecnológico, as declarações que hoje acompanham o pagamento dos impostos já virão pré-preenchidas, a exemplo do que ocorre com o Imposto de Renda da Pessoa Física.
A declaração foi dada durante durante sessão no Senado que debateu o projeto que institui o Estatuto Nacional de Simplificação de Obrigações Tributárias Acessórias.
TEC./SONORA: Robinson Barreirinhas, secretário especial da Receita Federal
"Da mesma forma que hoje não há necessidade de preencher todos os cantos da declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física, muito em breve isso não será necessário para a pessoa jurídica. Eu vou além do que diz o projeto: eu falo em acabar com as obrigações acessórias. Isso não é ficção científica. É um avanço inevitável das coisas, mas temos que fazer esse avanço com muito cuidado".
LOC.: Batizado de minirreforma tributária, o projeto de lei complementar tem o objetivo de simplificar o cumprimento das chamadas obrigações tributárias acessórias pelos contribuintes, como notas fiscais e declarações. São chamadas de acessórias porque giram em torno da obrigação principal, que é o pagamento do imposto.
O texto propõe a criação da Nota Fiscal Brasil Eletrônica, que passaria a valer para a venda de produtos e a prestação de serviços em todo país. A proposta também prevê a Declaração Fiscal Digital, documento que vai reunir informações sobre os tributos federais, estaduais e municipais a partir da unificação das bases de dados da Fazenda da União e dos demais entes federados.
Autor do projeto, o senador Efraim Filho, do União da Paraíba, disse que o projeto dialoga com problemas reais que o setor produtivo enfrenta no dia a dia.
TEC./SONORA: senador Efraim Filho (União-PB)
"Nós vivemos num dos sistemas tributários mais complexos do mundo e simplificar é o que muita gente almeja. Eu cheguei a conversar com alguns setores da economia que disseram: 'esse projeto para nós significa mais do que a discussão da reforma tributária. Fizemos simulações que dizem que a redução de custo que se pode ter com ele entrando em ação supera a discussão de alíquota na reforma tributária'."
LOC.: O projeto de lei complementar já passou pela Câmara dos Deputados e foi aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Agora, espera deliberação do plenário da casa.
Reportagem, Felipe Moura.