LOC.: O índice de coleta e tratamento de esgotos no Brasil está em torno de 55,8%. Os dados são dos Diagnósticos Temáticos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento 2022, divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento Regional. E quando o recorte é regional, a situação se complica. Em todo o Nordeste, apenas pouco mais de 30% da população tem acesso à rede de esgotamento sanitário.
Em contrapartida, os índices de manejo dos resíduos sólidos urbanos no Nordeste ultrapassam os 82%, mas ainda fica atrás do Centro-Oeste, Sudeste e Sul, cujo manejo fica acima dos 90%. A pior situação é a do Norte, onde apenas 79% dos resíduos sólidos urbanos são coletados.
O objetivo do setor é mudar esse panorama até 2033, elevando os índices de esgotamento sanitário para alcançar 90% dos brasileiros, como preconiza o Marco Legal do Saneamento. A meta também é fazer com que, pelo menos, 99% dos habitantes possam contar com o abastecimento de água.
Nos últimos dois anos, mais de 82 bilhões de reais já foram empenhados em leilões do setor, segundo levantamento da Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon/Sindcon).
Percy Soares Neto, diretor executivo da Abcon, explica que a universalização dos serviços vai trazer benefícios econômicos e ambientais.
TEC/SONORA: Percy Soares Neto, diretor executivo da Abcon
“O investimento em saneamento consegue melhorar o meio ambiente, ou seja, reverter um dos principais problemas de poluição e qualidade da água, e ao fazer isso, acelerar a roda da economia. É um processo de ganha-ganha em todas os aspectos”
LOC.: Ainda de acordo com o diretor executivo da Abcon, para que o PIB brasileiro receba esse impacto positivo superior a 1 trilhão e 400 bilhões de reais, serão necessários investimentos de cerca de 900 bilhões de reais no setor até 2033, o que impulsiona a indústria, que por sua vez puxa mais investimentos e gera emprego e renda.
Reportagem, Luciano Marques