Foto: Lucas Lins/Prefeitura Lauro de Freitas
Foto: Lucas Lins/Prefeitura Lauro de Freitas

Quilombolas da microrregião de Tomé-Açu, no Pará, comemoram chegada da vacina contra a Covid-19

A microrregião de Tomé-Açu, no Pará, deu início ao Plano de Imunização contra a Covid-19 nas comunidades quilombolas. A primeira dose já foi aplicada em mais de 7 mil pessoas e 928 já foram imunizadas com a segunda dose da vacina.

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Quilombolas da microrregião de Tomé-Açu, no Pará, não precisam mais esperar a vacina contra a Covid-19. É que o Plano de Imunização Quilombola, iniciado em maio, já aplicou mais de 8 mil doses na região. Segundo vacinômetro divulgado pelo Ministério da Saúde, 7.293 quilombolas tomaram a primeira dose e 928 já foram imunizados com a segunda dose da vacina.

A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Francieli Fantinato, explica a importância da vacina nos grupos prioritários. “As comunidades quilombolas são populações que vivem em situação de vulnerabilidade social. Elas têm um modo de vida coletivo, os territórios habitacionais podem ser de difícil acesso e muitas vezes existe a necessidade de percorrer longas distâncias para acessar os cuidados de saúde. Com isso, essa população se torna mais vulnerável à doença, podendo evoluir para complicações e óbito”, explicou.

A microrregião de Tomé-Açu abrange os municípios de Moju, Acará, Concórdia do Pará e Tomé-Açu. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 18.215 quilombolas moram na região. Sendo que Moju é o que possui maior número de população quilombola: o município abriga 23 comunidades e 6.902 habitantes. Segundo o secretário municipal de Saúde de Moju, Michel Garcia, 2.720 doses já foram aplicadas no município. Ele afirma que só a vacina pode evitar mortes pela Covid-19 nos quilombos. “A vacina vai servir para proteger não só os quilombolas, mas toda a população brasileira. A vacina é segura e é uma maneira de evitar de ter o vírus”, afirmou o secretário.

Ainda de acordo com o IBGE, no município de Acará existem 27 comunidades quilombolas e 6.421 habitantes. Segundo o Ministério da Saúde, 1.408 quilombolas foram imunizados contra a Covid-19 na região. No município de Concórdia do Pará, existem 9 comunidades, 4.292 habitantes e 3.382 quilombolas receberam a vacina. Já no município de Tomé-Açu, existem 10 comunidades, 600 habitantes e 469 quilombolas foram vacinados contra a Covid-19.

Confira abaixo quantos quilombolas da microrregião de Tomé-Açu foram vacinados com a primeira e a segunda doses do imunizante:

Município 1ª Dose 2ª Dose Total
Acará 1.212 197 1.409
Concórdia do Pará 2.531 240 2.771
Moju 2.702 18 2.720
Tomé Açú 425 27 452
Doses totais aplicadas da região 7.352
 

A chegada da vacina foi motivo de festa em alguns quilombos de Moju, que enfrentaram grandes perdas e luto devido ao coronavírus. É o caso de Leandro Valadares, líder quilombola da Oxalá de Jacunday, comunidade que perdeu três moradores para a Covid-19. A liderança confirmou que os moradores da comunidade relataram os mesmos sintomas: febre, tosse seca, dor de cabeça, cansaço e dificuldade de respirar. Uma prova de que, mesmo morando longe da população urbana, as comunidades quilombolas podem ser contaminadas pelo coronavírus.
 

Foto: Comunidade Quilombola Oxalá de Jacunday comemorando a chegada da vacina. / Arquivo pessoal.

Segundo Leonardo Marques, conselheiro da comunidade Jacunday, o contágio nos quilombos pode acontecer de diversas formas. A mais comum é quando algum quilombola precisa ir à cidade ou visitar outros parentes. O trajeto entre lanchas, barcos, ônibus ou carros também representa maior possibilidade de contaminação pelo coronavírus. Daí a importância da vacina. “No início do mês, nós perdemos uma liderança quilombola da comunidade São Manoel. Ela visitou um parente e contraiu o vírus. Foi muito rápido, em questão de três dias nossa líder sentiu muita dor de cabeça e não resistiu. Vários dos nossos ainda continuam sendo contaminados e precisamos nos vacinar para poder proteger uns aos outros” explicou Leonardo.

Proteja-se

Se você sentir febre, cansaço, dor de cabeça ou perda de olfato e paladar procure atendimento médico imediato. A recomendação do Ministério da Saúde é que a procura por ajuda médica deve ser feita imediatamente ao apresentar os sintomas, mesmo que de forma leve. Após a vacinação, continue seguindo os protocolos de segurança. Entre eles, use máscaras, lave as mãos com frequência com água e sabão ou álcool 70%; mantenha os ambientes limpos e ventiladores e evite aglomerações. Os quilombolas são prioridade no calendário nacional de imunização do Ministério da Saúde. Leandro Valadares, líder quilombola da Oxalá de Jacunday, destaca a importância da vacinação dos povos tradicionais. “Estou muito feliz e minha comunidade também porque estamos sendo vacinados. É importante que todos os quilombolas, de toda região do Brasil, tomem a vacina para que sejam imunizados!"

Vacinação no Pará

De acordo com painel divulgado pelo Ministério da Saúde, o estado recebeu 3 milhões de doses da vacina contra a Covid-19. Desse número, mais de 67 mil quilombolas foram imunizados no Pará. A vacina é segura e uma das principais formas de combater a pandemia no novo coronavírus. Fique atento ao calendário de imunização do seu município. Para saber mais sobre a campanha de vacinação em todo o país, acesse gov.br/saude.

Serviço

Quilombolas que vivem em comunidades quilombolas, que ainda não tomaram a vacina, devem procurar a unidade básica de saúde do seu município. Para mais informações, basta acessar os canais online disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Acesse o portal saude.gov.br/coronavirus ou baixe o aplicativo Coronavírus – SUS LINK 2. Pelo site ou app, é possível falar com um profissional de saúde e tirar todas as dúvidas sobre a pandemia.

Veja como está a vacinação Quilombola no seu município

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