LOC.: O presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva assinou, no dia 18 de abril, o Projeto de Lei do Congresso Nacional, PLN, que regulamenta o piso salarial para profissionais da enfermagem. Na avaliação do deputado federal Zé Vitor, do PL de Minas Gerais, é preciso ter certa cautela diante dos desafios financeiros e fiscais que o país enfrenta. Segundo o parlamentar, se o novo valor for praticado a partir de maio, o impacto corresponderá a R$ 7,3 bilhões em 2023 e R$ 10,5 bilhões anualmente a partir de 2024.
TEC./SONORA: Zé Vitor - deputado
“Fica aqui a cargo do governo também nos apresentar um planejamento real para que a gente possa, de fato, garantir a implantação desse piso a partir desse ano agora”
LOC.: De acordo com o PLN, o salário mínimo será de R$ 4,7 mil para enfermeiros, R$ 3,3 mil para técnicos em enfermagem e R$ 2,3 mil para auxiliares de enfermagem e parteiras. A proposta assegura a transferência de verbas públicas destinadas ao pagamento do salário mínimo dos profissionais de enfermagem das redes pública e privada conveniados que atendam no mínimo 60% dos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
O economista Otto Nogami expõe que os profissionais da área da saúde são merecedores do piso, mas as instruções podem viabilizar determinadas operações que sabidamente trabalham no limite dos seus recursos.
TEC./SONORA: Otto Nogami, economista
“Toda e qualquer interferência do governo na formação de preços dos mais diferentes bens e serviços é problemática, pois acaba criando distorções de longo prazo.”
LOC.: A enfermeira Jaqueline Ferreira, de 47 anos, atua há 19 anos na área e diz que o piso salarial para os profissionais da área é justo, pois a enfermagem possui responsabilidades em cada decisão e ato cometido e trabalhar mais de 80 horas semanais para complementar o salário é exaustivo.
TEC./SONORA: Jaqueline Ferreira - enfermeira
“Muitos de nós fazemos 2, 3 turnos para complementar a renda, então o piso salarial é de grande expectativa para a nossa saúde também”
LOC.: Segundo dados recentes disponíveis pelo Conselho Federal de Enfermagem, o Brasil tem mais de 2 milhões de profissionais na área. São Paulo é o estado com maior número de trabalhadores, somando 246.802 auxiliares, 303.077 técnicos e 170.719 enfermeiros.
Reportagem, Sophia Stein