Foto: Senivpetro/Freepik
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Produção e emprego na indústria caem novamente em novembro, aponta CNI

Para gerente de Análise Econômica da entidade, Marcelo Azevedo, perda de dinamismo do setor tem relação com política de alta dos juros para conter a inflação

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A produção da indústria diminuiu pelo terceiro mês consecutivo, de acordo com a Sondagem Industrial divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O emprego industrial, que também já havia caído em outubro, voltou a recuar em novembro. Para a CNI, a perda de dinamismo do setor se explica, principalmente, pela política de alta dos juros para conter a inflação. 

Na última semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve, pela terceira reunião consecutiva, a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 13,75%. 

Segundo o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, a política monetária mais rigorosa impactou o setor. “Os dados da sondagem vinham trazendo bons resultados até meados do ano. Em outubro, a gente começa a perceber uma desaceleração, que se confirma nesses dados de novembro. A indústria vem sofrendo por conta das taxas de juros elevadas e isso é uma das principais razões pela desaceleração que a gente observa nos últimos meses. Como consequência, a gente tem expectativa de menos empregos e investimentos”. 

Resultados

O indicador que mede a produção industrial ficou em 48,7 pontos em novembro. O índice continua abaixo da linha divisória de 50 pontos, indicando queda na produção, o que já vem ocorrendo desde setembro. O emprego no setor também recuou. O índice fechou novembro em 49 pontos, 0,6 ponto abaixo do patamar de outubro, de acordo com a CNI. 

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI), por sua vez, se manteve em 71%, mesmo patamar do mês anterior. A UCI é um indicador importante para saber o nível de ociosidade de máquinas e equipamentos do setor. Quanto menor, pior é. O levantamento mostra que a UCI está abaixo do nível observado nos meses de novembro de 2020 e 2021, mas ainda acima da média para o mês entre 2011 e 2019. 

Pelo quinto mês seguido, o índice de estoques ficou acima do planejado. O indicador caiu para 50,3 pontos, 1,2 ponto a menos do que em outubro. Como permanece acima dos 50 pontos, isso quer dizer que houve mais produtos estocados do que os empresários esperavam. Já o índice de estoque efetivo em relação ao planejado caiu 1,1 ponto em novembro, alcançando os 51,3 pontos. Segundo a CNI, isso aponta que o excesso de estoques em novembro é menor do que o registrado em outubro. 

Exportações e investimentos

A intenção de investimento dos empresários industriais para o mês de dezembro subiu 0,3 ponto. O resultado vem após queda observada em novembro, quando o indicador caiu 3,9 pontos e chegou ao menor patamar para o setor desde agosto de 2020. Ainda assim, o índice está em um dos níveis mais baixos do ano. Da mesma forma, a expectativa de quantidade exportada, que também havia recuado em novembro, voltou a crescer agora 1,1 ponto. 

A Sondagem Industrial também aponta que os industriais estão pessimistas quanto à compra de insumos e matérias-primas e a contratação de mais funcionários. O levantamento foi feito com 1.684 empresários entre 1º e 10 de dezembro. 

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