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Data de publicação: 09 de Maio de 2022, 00:27h, atualizado em 08 de Maio de 2022, 21:20h
LOC.: A primeira morte por sarampo em 2022, registrada na última quarta-feira (4), em Rondônia, chama atenção para a importância da vacinação contra a doença. A idade e o gênero da vítima não foram divulgados pelos gestores estaduais, por questão de sigilo.
O óbito ocorreu em meio à campanha nacional de vacinação contra o sarampo, mobilização que acontece em todo o Brasil, e na esteira de um cenário em que estados e municípios patinam para bater as metas de imunização.
Levantamento recente do Observatório de Saúde na Infância, o Observa Infância, revela que, em 2021, nenhum estado brasileiro atingiu a meta preconizada pelo Ministério da Saúde, de vacinar 95% das crianças contra o sarampo.
Apenas 660 municípios - ou cerca de 12% das prefeituras - alcançaram essa taxa, no ano passado.
Segundo o estudo, de cada três crianças brasileiras que tomaram a primeira dose do imunizante, uma não voltou para completar o esquema vacinal, que é de duas doses.
Patricia Boccolini, coordenadora do projeto, conta que o Brasil, por causa das estratégias de vacinação, recebeu em 2016 o certificado de eliminação do sarampo, mas, por vários motivos, observou uma queda na imunização e viu o risco de internações e mortes por sarampo retornar.
TEC. SONORA: Patricia Boccolini, coordenadora do projeto VAX*SIM
“A gente não tem uma causa para a queda da cobertura vacinal, mas ela começou a acontecer a partir de 2016 e tivemos vários surtos significativos no Brasil em 2018. E em 2019 a gente perdeu esse selo de erradicação do sarampo.”
LOC.: A vacinação contra o sarampo é feita em duas doses, sendo a primeira aos 12 meses e a segunda, aos 15, junto com rubéola e coqueluche. Segundo Cássia Rangel, diretora do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, além da questão do horário de funcionamento dos postos, muitas vezes incompatível com a rotina de pais e responsáveis, a falta de informação sobre a atual situação da doença no país pode ter contribuído para a queda na cobertura vacinal.
TEC. SONORA: Cássia Rangel, diretora do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis
"As principais causas relacionadas a essa queda de cobertura são o sucesso das coberturas de vacinação ao longo dos anos, o que pode causar uma falsa sensação de que não há necessidade de se vacinar. Muitas doenças já foram eliminadas e as pessoas não têm lembrança da ocorrência dessa doença. E também o conhecimento individual sobre a importância dessas vacinas ofertadas gratuitamente pelo SUS, e até mesmo uma baixa percepção de risco dessas doenças que são Imunopreveníveis.”
LOC.: O sarampo pode levar a complicações como otite média, diarreia, pneumonia e inflamação das vias aéreas. Nos casos mais graves, a doença pode levar à morte. Entre 2018 e 2021, 1.606 crianças foram hospitalizadas com a doença no Brasil. Nos quatro anos anteriores, entre 2014 e 2017, o país havia registrado apenas 137 hospitalizações infantis por sarampo.
A Campanha de Vacinação contra Sarampo ocorre ao mesmo tempo em que a Campanha contra Influenza e se estende até o dia 3 de junho. Como ambas são direcionadas a maiores de seis meses a menores de 5 anos, as duas vacinas podem ser administradas na criança no mesmo dia.
Reportagem, Luciano Marques