LOC.: Entre 2015 e 2020, o Brasil exportou 229 toneladas de ouro com indícios de ilegalidade. A informação consta em uma plataforma digital do Instituto Escolhas, que mapeia caminhos do comércio ilegal de ouro.
Diante desse quadro, a Polícia Federal trabalha na implantação de uma iniciativa que visa combater os crimes cometidos na comercialização do mineral. A intenção é criar o chamado DNA do ouro das províncias brasileiras.
Segundo o perito criminal da PF, Fábio Salvador, o objetivo é rastrear a origem do ouro extraído no país, a partir de um banco de dados a ser criado com informações repassadas por mineradoras e instituições, além de dados colhidos pela própria Polícia Federal em operações.
TEC./SONORA: Fábio Salvador perito criminal da Polícia Federal
“O projeto se difere do chamado DNA do Diamante. O termo DNA é para tornar a ideia mais compreensível, mas o que se busca é fazer um procedimento semelhante à marca papiloscópica, ou a identificação do ouro por meio de uma assinatura química, geoquímica e isotópica. A ideia é usar todo o conhecimento científico nacional e internacional para encontrar assinaturas do ouro, desde a sua extração nos depósitos minerais, e fazer o mapeamento desse ouro até a sua etapa final.”
LOC.: Na avaliação do diretor da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa Mineral, a ABPM, Luiz Antônio Vessani, a iniciativa vai ajudar a reduzir a criminalidade no mercado do ouro e causar melhor impressão do setor sob a ótica de investidores.
TEC./SONORA: Luiz Antônio Vessani, diretor da ABPM
“Entendo que essa medida é absolutamente necessária e criativa, já que envolve o cadastramento de praticamente todas as produções oficiais e legalizadas de ouro. Só vem a beneficiar o setor formal da mineração para que tenha transparência e segurança na legalidade de suas ações.”
LOC.: A iniciativa ainda está em fase de implantação e vai contar com acordos de cooperação para juntar amostras na Guiana Francesa, na Colômbia e no Peru. A Polícia Federal deve contar com amostras oriundas de apreensões e com outras colhidas diretamente na fonte.
Reportagem, Marquezan Araújo