Data de publicação: 27 de Maio de 2022, 15:49h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:34h
Dinamismo e crescimento farão parte do futuro das micro e pequenas minerações. É o que projeta o diretor da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa Mineral (ABPM) e presidente do Sindicato da Mineração de Goiás e Distrito Federal, Luiz Antônio Vessani.
“Na realidade é um conjunto de 10 mil empresas que fazem a geração de produtos fundamentais para a sociedade, desde argila e areia para a construção civil, até argila para cerâmica, bauxita para uma série de aplicações. Nesse sentido, estamos otimistas. O setor pequeno está mostrando sua cara, o que é importante para toda a sociedade”, destacou.
A conclusão veio após o fim da programação do 7º Encontro Nacional da Média e Pequena Mineração, e da BRASMIN – Feira da Indústria da Mineração. Os dois eventos, que ocorreram em Goiânia, começaram nesta terça-feira (14) e terminaram nesta quinta (26)
Ainda segundo Vessani, entre os pontos de maior destaque nos eventos esteve a abordagem de questões ligadas ao licenciamento ambiental. “Sempre, no setor mineral, nos últimos 20 anos, contamos com a questão do licenciamento ambiental. Trata-se de um ponto fundamental para o setor. Isso porque todos os procedimentos que existem no Brasil, começando pela Lei Federal, são muito restritivos ou abrangentes demais. E, o Licenciamento Ambiental tem um aspecto muito temeroso. Ela permite uma discricionariedade na interpretação dos projetos que apresentamos para licenciar”, considerou.
O diretor da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa Mineral também afirmou que a BRASMIN deverá ter uma nova edição em 2023. Depois, a ideia é que a Feira da Mineração ocorra a cada dois anos.
A programação também contou com a presença do diretor editorial da revista Brasil Mineral, Francisco Alves. Na ocasião, ele defendeu que o futuro da mineração brasileira vai passar, necessariamente, pela média e pequena mineração. Além disso, ele concluiu que a política mineral deve distinguir as grandes das médias e pequenas minerações.
Goiás se afirma como polo mineral no país
IBRAM: Raul Jungmann reforça mineração sustentável
SUCATA DE FERRO: Exportações crescem 43% em abril
Da forma como está, segundo Alves, os menores empreendimentos sofrem com desvantagens consideráveis. Outro ponto de destaque, na avaliação do diretor, foi a relevância atribuída aos minerais industriais e dos chamados minerais de futuro, úteis, principalmente, nos processos que envolvem mudanças climáticas.
“O evento também mostrou boas perspectivas para o setor. As grandes empresas, um dia, também foram pequenas. E, essas pequenas empresas de hoje podem se tornar grandes empresas no futuro. O importante é saber que a pequena mineração tem esse papel relevante dentro do setor tanto quanto as gigantes”, destacou.
Os eventos contaram com parceria da Associação de Empresas de Pesquisa Mineral (ABPM) e contam com o patrocínio da FFA Legal, Geosol, Metso:Outotec e o Serviço Geológico do Brasil - CPRM. Há, ainda, o apoio da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG).
Números do setor
Dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) revelam que o saldo das exportações do setor mineral do país foi de cerca de US$ 49 bilhões em 2021. O resultado corresponde a um aumento de 51% em relação a 2020. O saldo mineral respondeu por 80% do saldo comercial brasileiro no ano passado, que foi de US$ 61 bilhões.
Minas Gerais foi o estado que contou com o maior crescimento no faturamento em 2021, de 87%. O valor passou de R$ 76,4 bilhões, em 2020, para R$ 143 bilhões no ano passado. Com isso, a Unidade da Federação passou a responder por 42% do faturamento global da indústria da mineração brasileira em 2021. Os estados que aparecem na sequência são Bahia, com 67% de aumento de faturamento; Pará, com 51%; Goiás, com 36%; Mato Grosso, com 35% de elevação; e São Paulo, 28%.
Em relação aos projetos de investimento, a expectativa é de que sejam aplicados cerca de US$ 41 bilhões até 2025, aproximadamente US$ 6 bilhões em projetos socioambientais. Outras ações devem ser executadas pelo setor até 2030, com aportes que ultrapassam US$ 18 bilhões.
Sobre a empregabilidade, dados oficiais do Governo Federal apontam que foram geradas 14.869 vagas, entre janeiro e novembro de 2021. Com isso, no penúltimo mês do ano passado, o setor mineral contou com mais de 200 mil empregos diretos.