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Dentre as inúmeras consequências diretas causadas pela pandemia da Covid-19, está um aumento expressivo na quantidade de pessoas que passaram a contratar planos de saúde e odontológicos particulares. O número de beneficiários de planos de saúde relativos ao mês de maio chegou a 48.137.767 usuários em planos de assistência médica e 27.681.068 em planos exclusivamente odontológicos.
Essas informações foram disponibilizadas na ‘Sala de Situação’, ferramenta de consulta no portal da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) – que é um órgão vinculado ao Ministério da Saúde e responsável por regular o setor de planos de saúde no Brasil. Além disso, a ferramenta revelou que nesse período, o setor se manteve em curva de crescimento.
De acordo com os dados, em um ano, houve aumento de 1.334.781 beneficiários - o equivalente a 2,77% de aumento em relação a maio de 2020, no que se refere aos planos médico-hospitalares. No comparativo de maio com abril deste ano, o crescimento foi de 154.1 mil usuários. O número total de beneficiários atualmente é o maior registrado desde julho de 2016.
E quando falamos em novos beneficiários, não quer dizer que são apenas pessoas que nunca tiveram um plano de saúde particular. Quem nos relata isso é a Sara Petruce Oliveira, 24 anos, estudante de direito em Brasília. Em outros momentos da vida, a jovem contratou plano de saúde, mas os valores cobrados dificultaram a manutenção. Só que agora, durante a pandemia da Covid-19, Sara ficou com receio de precisar ser atendida e ter dificuldades.
“Contratei o novo plano de saúde há mais ou menos um mês. Eu já tive plano de saúde antes, já tive há um tempo, mas durante a pandemia contratei novamente porque estava sem, tive medo de ficar sem suporte e de depender do serviço público durante a pandemia. Sabemos que todos os hospitais estão superlotados”, contou a estudante.
E para mostrar o quão forte está essa relação dos brasileiros com os planos de saúde particulares, é importante trazer, também, os números de uma pesquisa realizada em abril de 2021 pelo Vox Populi a pedido do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). O documento mostra que em abril de 2021, o crescimento de exames diagnósticos foi maior do que o de consultas médicas nos 12 meses anteriores, o que é o contrário dos resultados das pesquisas anteriores.
Nessa pesquisa, 88% dos entrevistados realizaram exames, contra 78% da anterior. O percentual daqueles que realizaram consultas caiu de 86% em 2019 para 71% neste ano. O objetivo foi o de coletar a avaliação dos usuários de planos de saúde sobre os serviços prestados e o resultado mostrou que a pandemia da Covid-19 gerou mudança no perfil de utilização dos planos de saúde.
Voltando em um trecho da história de Sara, é interessante mostrar que mais pessoas também acham altos os valores praticados pelos planos particulares. Segundo a pesquisa, 81% dos entrevistados que não têm plano afirmaram que o principal motivo é o alto preço por ser incompatível com as condições financeiras. Em 2015, essa mesma pesquisa mostrou que esse número era menor, 74%.
José Cechin é superintendente executivo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) e foi o responsável pela pesquisa. Para ele, a dificuldade é que “a renda de boa parte dessas pessoas sem plano não é suficiente para custear um convênio. Isso deveria acender um sinal, nas autoridades que formam as regras e regulação do setor, para termos uma regulação que permita que as operadoras desenhem planos melhores adaptados às possibilidades dos bolsos dessas pessoas”, ressaltou.
Sobre esse assunto, na noite desta quinta-feira (08), a Agência Nacional de Saúde Suplementar definiu que os planos de saúde individuais ou familiares terão percentual de reajuste negativo no período de maio de 2021 a abril de 2022. A definição é de que o índice ficará em -8,19%, o que segundo a ANS é um reflexo da queda nas despesas assistenciais ocorrida no setor no ano de 2020 por conta da pandemia de Covid-19. Essa aprovação aconteceu em reunião de Diretoria Colegiada e a decisão aguarda publicação no Diário Oficial da União.
Na prática, isso significa que o percentual negativo vai funcionar como uma redução na mensalidade e as operadoras de planos de saúde são obrigadas a aplicar o índice, que não pode ser maior do que definido pela agência reguladora. O índice deve ser aplicado pela operadora a partir da data de aniversário do contrato, ou seja, no mês de contratação do plano. A base anual de incidência é de maio até abril do ano seguinte.
Quando passamos para um olhar mais municipalizado, os dados da pesquisa do IESS, percebemos que as maiores metrópoles do país é onde estão as pessoas que consideram mais importante não confiar apenas no Sistema Único de Saúde (SUS). Com base nas respostas dos entrevistados que não possuem plano de saúde, o resultado daqueles que consideram como “muito importante” e “importante” ter um serviço particular é, em média, 84%.
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