LOC.: O Brasil já registra cinco casos da subvariante BA. 2 da Ômicron. A informação foi confirmada pelo Ministério da Saúde no início da tarde deste sábado (5). São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina são os estados com ocorrências da linhagem, que já é responsável pela maior parte das infecções por Covid-19 nas Filipinas, Qatar, Índia e Dinamarca.
Estudo preliminar feito na Dinamarca indica que a BA. 2 é 33% mais contagiosa do que a subvariante BA.1 da Ômicron, que causou um aumento expressivo de casos em todo o mundo desde o fim do ano passado.
Kleber Luz, infectologista da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, UFRN, explica o que são as subvariantes de um vírus.
TEC./SONORA: Kleber Luz, infectologista da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, UFRN
"Em todos os vírus RNA as cópias, “os filhotes”, para que a gente possa entender, geralmente são diferentes dos pais. Então, chama-se de mutação e essa mutação pode ganhar uma capacidade maior de produzir doença mais grave ou de aumentar a transmissão. No caso, a Ômicron e essa nova subvariante têm uma transmissibilidade maior”.
LOC.: O Ministério da Saúde diz que “até o momento, não existem evidências relacionadas à nova linhagem que demonstrem mudanças na transmissibilidade, quadro clínico, gravidade ou resposta vacinal”.
Segundo Luz, a vacinação continua sendo importante para minimizar as chances de internação e morte pela Covid-19. A explicação para isso é que o organismo vacinado já está “treinado” para combater uma infecção pelo novo coronavírus.
TEC./SONORA: Kleber Luz, infectologista da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, UFRN
“A vacina ensina o sistema imunológico a se defender da doença e ele fica capacitado a controlar a replicação do vírus, portanto você tem menos forma grave. Então, ainda que a vacina escape, ou seja, o vírus produz a doença nas pessoas vacinadas, o sistema imunológico por ter sido treinado pela vacina vai fazer uma doença menos grave. A recomendação de tomar a vacina continua”.
LOC.: Segundo a Fiocruz, 13 estados brasileiros apresentaram aumento das taxas de ocupação de leitos de UTI para pacientes com Covid-19 na última semana de janeiro. Nove unidades federativas estão na zona de alerta crítico, pois estão com ocupação acima de 80%. Os pesquisadores ressaltaram que “a elevadíssima transmissibilidade da variante [Ômicron] pode causar números expressivos de internações em leitos de UTI, mesmo com uma probabilidade mais baixa de ocorrência de casos graves.
Reportagem, Felipe Moura.