LOC.: Um dos setores industriais que menos contribui para a geração de gases de efeito estufa é a mineração. Hoje, no Brasil, ela é responsável por apenas 0,5% das emissões. Ainda assim, o setor se preocupa com o assunto. O Instituto Brasileiro de Mineração, em parceria com representantes nacionais e internacionais, criou o Mining Hub — o primeiro eixo de inovação do setor que busca estimular e analisar a criação de soluções sustentáveis dentro das atividades tradicionais de mineração. A iniciativa foi anunciada no estande da Confederação Nacional da Indústria, a CNI, em Dubai, durante a COP28, a conferência da ONU sobre mudanças climáticas.
Os investimentos das empresas vão de pesquisa até a transformação de modelos de produção e extração de minérios, mas principalmente a substituição da matriz energética. Um exemplo disso é o que vem fazendo a mineradora Vale. Preocupada com as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris, a empresa e seus parceiros definiu metas. Segundo a gerente geral de Mudanças Climáticas da Vale, Vivian Mac Knight, houve um movimento para tentar entender o que é necessário fazer para reduzir essas emissões.
TEC/SONORA: Vivian Mac Knight, gerente geral de Mudanças Climáticas da Vale
“A gente se comprometeu em eliminar as emissões de escopo dois, ou seja, consumir energia elétrica apenas de fontes renováveis até 2023 globalmente e até 2025 no Brasil. A boa notícia é que a gente conseguiu já quase que resolver o escopo 2 Brasil. E apesar da meta estar para 2025, a gente já conseguiu em 2021 consumir 99% de fontes renováveis, mirando atingir os 100% ainda este ano.”
LOC.: Maior empresa do país na produção de alumínio, a Hydro se preocupa não só com as ações dentro da companhia, mas também nas localidades onde atua. Para isso, a integração entre os setores público e privado é fundamental, como explica o diretor de Sustentabilidade, Eduardo Figueiredo.
TEC/SONORA: Eduardo Figueiredo, diretor de sustentabilidade da Hydro
“A importância de fazer o planejamento para a adaptação de mudanças climáticas das cidades onde a gente atua. Porque ali, os riscos, mesmo que não sejam diretamente ao impacto na nossa produção, vão cair no nosso colo. Se o município não tiver capacidade ou resiliência, isso vai acabar impactando na empresa. Por isso a gente trabalha em parceria com os governos, que têm uma capacidade crescente de atuação, mas a empresa precisa fazer parte disso.”
LOC.: Uma das metas do Acordo de Paris é manter o aumento da temperatura média global inferior a 1,5°C. Para isso, os países que fazem parte do tratado precisam reduzir a emissão de gases poluentes, como o gás carbônico.
Reportagem, Lívia Braz