Dinheiro. Foto: Arquivo/Minfra
Dinheiro. Foto: Arquivo/Minfra

Mais da metade das micro e pequenas indústrias acreditam na alta da inflação para os próximos meses, revela pesquisa

Ao todo, 48% das empresas tiveram capital de giro insuficiente no período verificado. Na região Nordeste do país, a taxa chega a 60%

ÚLTIMAS SOBRE ECONOMIA


No Brasil, 56% das micro e pequenas indústrias acreditam que haverá alta da inflação nos próximos meses, e apenas 10% preveem redução. É o que revela a pesquisa Indicador Nacional de Atividade da Micro e Pequena Indústria. O levantamento foi feito pelo Datafolha e encomendada pelo Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo. 

Para o presidente e fundador do sindicato, Joseph Couri, o resultado está associado a vários fatores. Entre eles está a elevação de custos para essas companhias. 

“Primeiro, há o aumento de insumos e matéria-prima, que impactam fortemente, atingindo 80% das empresas, na média geral, com elevação de custos contínuos. Soma-se a isso a elevação do custo do dinheiro, ou seja, a taxa de juros, além da elevação de custos e preços de derivados de petróleo e energia elétrica. E eu não conheço nenhuma empresa que consegue produzir sem energia elétrica”, pontua. 

Auxílio Brasil representa atualmente 2,16% do PIB da região Norte

Déficit na balança comercial de produtos químicos atingiu US$ 23,5 bilhões em cinco meses, diz Abiquim

Ministério da Economia e Enap vão premiar municípios empreendedores

De acordo com o balanço, em média, 48% das empresas tiveram capital de giro insuficiente. Na região Nordeste do país, a taxa chega a 60%. No Sudeste, por sua vez, a porcentagem é de 50%. Já no Centro-Oeste e no Norte é de 46%, enquanto no Sul é de 39%.  

O Índice de Custos, que varia de 0 a 200 pontos, ficou em 77 pontos. O quadro é mais complicado entre as pequenas indústrias, que obtiveram 42 pontos. Das companhias analisadas, 62% registraram altas expressivas nos custos de produção, sobretudo em relação à matéria-prima e aos insumos. ​No Sudeste brasileiro, os custos com matéria-prima e insumos chegaram a 49% das companhias, enquanto no Nordeste, a 45%.

Novos postos de trabalho

A pesquisa também mostra que o Índice de Contratação e Demissão foi positivo, já que somou 105 pontos. Isso porque 18% das empresas entrevistadas contrataram funcionários no mês anterior ao levantamento, enquanto 13% demitiram.

Nesse índice, quando os resultados ficam entre 0 e 99 pontos, indica que houve perda líquida de vagas. Por outro lado, quando a pontuação é superior a 100, significa que o saldo foi positivo. O grau máximo da escala é de 200 pontos e mostra um cenário em que todas as empresas contrataram e nenhuma demitiu.
 

Receba nossos conteúdos em primeira mão.

LOC.: Diante do cenário de incertezas na economia, com efeitos da pandemia, entre outros, 56% das micro e pequenas indústrias brasileiras esperam uma alta da inflação nos próximos meses. Somente 10% acreditam que haverá redução. 

As expectativas constam na pesquisa Indicador Nacional de Atividade da Micro e Pequena Indústria, realizada pelo Datafolha. Segundo o presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo, Joseph Couri, o resultado do levantamento indica que entre os fatores que levam a maioria das empresas a projetarem uma situação desfavorável está a elevação de custos para essas companhias. 
 

TEC./SONORA: Joseph Couri, presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo

“Primeiro, há o aumento de insumos e matéria-prima, que impactam fortemente, atingindo 80% das empresas, na média geral, com elevação de custos contínuos. Soma-se a isso a elevação do custo do dinheiro, ou seja, a taxa de juros, além da elevação de custos e preços de derivados de petróleo e energia elétrica. E eu não conheço nenhuma empresa que consegue produzir sem energia elétrica.”
 


LOC.: Ainda de acordo com a pesquisa, 48% das empresas tiveram capital de giro insuficiente no período verificado. Na região Nordeste do país, a taxa chega a 60%. No Sudeste, a porcentagem é de 50%. Já no Centro-Oeste e Norte, o índice é de 46%, enquanto no Sul é de 39%.  

Apesar disso, o levantamento mostra que o Índice de Contratação e Demissão foi positivo, já que 18% das empresas entrevistadas contrataram funcionários no mês anterior ao levantamento, enquanto 13% demitiram.

Reportagem, Marquezan Araújo