Data de publicação: 02 de Julho de 2022, 16:25h, atualizado em 03 de Julho de 2022, 16:40h
LOC.: O déficit na balança comercial de produtos químicos atingiu US$ 23,5 bilhões no acumulado de janeiro a maio deste ano. O valor está 59,4% acima do registrado no mesmo período de 2021. É o que revela dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria Química, a Abiquim.
Segundo o diretor de Relações Institucionais da entidade, André Passos, os resultados do balanço mostram que houve ainda um saldo negativo inédito de US$ 55 bilhões nos últimos 12 meses, entre junho de 2021 e maio de 2022.
TEC./SONORA: André Passos, diretor de Relações Institucionais da Abiquim
“Isso é motivo de preocupação, porque significa que uma parte cada vez maior da nossa balança comercial é ocupada por importação de manufaturados, em especial químicos. Com isso, uma parcela cada vez maior do que temos de ganho de exportação está sendo tomada por isso. Precisamos tomar medidas urgentes. Precisamos aumentar a capacidade produtiva no Brasil. O país praticamente abandonou, nas últimas décadas, qualquer política industrial. Isso teve repercussão no volume de investimento na indústria química.”
LOC.: De acordo com a Abiquim, o déficit anual resulta das importações de US$ 71,4 bilhões e das exportações de US$ 16,4 bilhões, em produtos químicos. Esses valores correspondem a aumentos de 17,5% e de 13,4%, respectivamente, na comparação com os dados consolidados do ano passado.
No que diz respeito às quantidades físicas, as aquisições de produtos químicos movimentaram um volume recorde de 22,9 milhões de toneladas. O valor corresponde a um aumento de 6,5%, mesmo diante de um contexto pandêmico e de guerra entre Rússia e Ucrânia.
Reportagem, Marquezan Araújo