Combata o mosquito todo dia. Foto: Divulgação
Combata o mosquito todo dia. Foto: Divulgação

Maior número de casos de dengue em Tarauacá mobiliza agentes de saúde e moradores da região

Alto índice de infestação pelo mosquito Aedes aegypti e elevação nas notificações de doenças preocupa

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A taxa de incidência de dengue na região Tarauacá, ou seja a quantidade de pessoas com a doença a cada 100 mil habitantes, é uma das mais altas do país. A doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, assim como a zika e a chikungunya. A servidora pública Ana Cleide teve a doença, e relata que até hoje, tempos depois, sente os efeitos.

“Durante cinco dias eu fiquei bem mal, com coceira no corpo. Fiquei com sequelas no fígado, até hoje eu tenho problemas.  E uma coceira insuportável no corpo, principalmente nos pés e nas mãos.”

No município de Tarauacá, no noroeste do estado, foram mais de 3 mil casos de dengue em 2021.  Também foi registrado aumento na incidência de zika, com 64 notificações,  e 46 de chikungunya. 

O coordenador-geral de Vigilância de Arboviroses do Ministério da Saúde, Cássio Peterka, informa que hoje  "mais de de 70% dos casos de dengue se concentram em menos de 200 municípios do país." Mas ele lembra que isso não quer dizer que as cidades próximas não devam se preocupar. 

“O vírus da dengue tem um potencial de distribuição geográfica muito rápido e muito grande, tanto que se a gente pegar regiões onde a gente tem uma baixa transmissão que sejam contíguas, principalmente regiões metropolitanas, regiões vizinhas, a gente vê essa expansão muito rápida."

Cássio Peterka ressalta ainda que com a presença do vetor ocorra maior transmissão, já que as pessoas infectadas circulam pelas regiões.

Situação do País

O Brasil registrou queda 42,6% no número de casos prováveis de dengue entre 2020 e 2021. No ano passado, foram notificadas 543.647 infecções, contra 947.192 em 2020. Os dados são da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. 

Entre os casos de zika, houve uma pequena redução de 15%, passando de 7.235 notificações em 2020 para 6.143 em 2021. Já a chikungunya registrou aumento de 32,66% dos casos, com 72.584 em 2020 e 96.288 no ano passado.

O sanitarista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Brasília, Claudio Maierovitch, destaca que 2020 foi um ano de muitos casos e, por isso, não se deve relaxar com a queda de contágios em 2021. “Mesmo não tendo havido aumento de um ano para o outro, essa não é boa comparação, uma vez que o ano anterior foi de números altos”, alerta.

Cuidados necessários 

Devido às altas temperaturas e às chuvas abundantes, o verão é o período do ano em que os ovos eclodem e acarretam o aumento de infecção por dengue, chikungunya e zika. Por isso, fique atento às dicas para evitar a proliferação do mosquito:

  1. Vire garrafas, baldes e vasilhas para não acumularem água.
  2. Coloque areia nos pratos e vasos de plantas.
  3. Feche bem os sacos e lixo.
  4. Guarde os pneus em locais cobertos.
  5. Tampe bem a caixa-d´água.
  6. Limpe as calhas.

Para o combate é necessário unir esforços com a sociedade para eliminar a possibilidade de locais que possam acumular água. Os ovos da fêmea do Aedes aegypti podem ficar incubados durante um ano e eclodir em apenas cinco dias quando entram em contato com a água. "É preciso manter os cuidados durante todo o ano por 365 dias”, reforça o coordenador-geral de Vigilância de Arboviroses do Ministério da Saúde, Cássio Peterka.   

Não deixe água parada. Combata o mosquito todo dia. Coloque na sua rotina. 

Veja no mapa a incidência de dengue no seu município

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