Data de publicação: 02 de Fevereiro de 2023, 15:15h, atualizado em 02 de Fevereiro de 2023, 15:06h
LOC.: O mercado financeiro reajustou para cima a expectativa para a inflação 2023. A nova previsão é de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche o ano em 5,74%, um aumento de 0,26 ponto porcentual ante os 5,48% da última pesquisa.
A previsão para 2023 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo Banco Central (BC). Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta deste ano é de 3,25%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. O professor e economista César Bergo explica o resultado.
TEC./SONORA: Cesar Bergo, economista
“Isso tudo é devido a esse cenário de incerteza que você tá vivendo hoje, e esses ruídos do novo governo, o desencontro em relação à prática da política tributária -- se vai haver ou não desoneração, se vai ou não haver aumento do salário mínimo --, então são discussões que acabam, de alguma forma, permeando as expectativas de mercado que já apontam para um aumento também da inflação em 2024 e 2025”.
LOC.: Para 2024, a projeção da inflação ficou em 3,9%, também acima da meta. Em carta ao Ministério da Fazenda, o BC explicou que a inflação só ficará dentro da meta a partir de 2024, cuja projeção é de 3,9%, e em 2025, que é de 2,8%. Para esses dois anos, o CMN estabelece uma meta de 3% para o IPCA. Para 2025 e 2026, as estimativas são de inflação em 3,5%, para ambos os anos.
Segundo Bergo, um cenário positivo só vai ser possível vislumbrar quando estiver bem definida a política fiscal do governo.
TEC./SONORA: Cesar Bergo, economista
“Então do ponto de vista prático, nós vamos ter que aguardar, verificar se essas medidas do governo realmente se efetivarão, enquanto isso o mercado aponta para um aumento nessa inflação por conta dessa incerteza fiscal e também da resiliência com relação ao preço dos alimentos, sem falar na possibilidade do preço dos combustíveis”
LOC.: Além da inflação, o Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, traz as expectativas de instituições financeiras para os demais principais indicadores econômicos. Para a taxa básica de juros, a Selic, a expectativa do mercado é que encerre 2023 em 12,5% ao ano. O PIB está previsto para encerrar o ano com crescimento de 0,8% e o dólar deve chegar a R$ 5,25 no final do ano.
Reportagem, Álvaro Couto.