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A campanha nacional de vacinação contra a gripe imunizou apenas 50% dos idosos e 44% dos trabalhadores da saúde, público-alvo da primeira etapa de imunização. Os números correspondem a 15,1 milhões de pessoas com mais de 60 anos e 2,6 milhões de profissionais da saúde. As informações foram compiladas pelo Ministério da Saúde, com base nos dados mais recentes enviados pelas secretarias municipais e estaduais até este sábado (21), e estão disponíveis na plataforma LocalizaSus.
O infectologista da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Julival Ribeiro, destaca um dos motivos para a baixa cobertura vacinal.
“Infelizmente, com a chegada da Covid-19, sabemos que houve lockdown e essa problemática toda que estamos vivendo. Portanto, muitas pessoas - quer adultos, quer crianças - não tomaram as vacinas que seriam necessárias.”
Dona Carmen de Castro, costureira de 62 anos, moradora de Brasília, já garantiu sua imunização contra a gripe em 2022.
“Logo na primeira semana da campanha eu já tomei a dose deste ano. Já tem uns 10 anos que eu tomo todos os anos. Eu tomei a primeira vez em função de um prolapso da válvula mitral que eu tinha. Todas as vacinas são importantes, mas a da gripe, em especial, evita uma gripe mais forte. Às vezes eu tenho um resfriado, uma dorzinha de cabeça, mas gripe de derrubar e ficar com febre nunca mais [tive].”
A segunda etapa da imunização contra a Influenza começou no dia 2 de maio e segue até 3 de junho em todos os 50 mil postos de vacinação espalhados pelo país. Segundo a pasta, os idosos e os trabalhadores da saúde que não se vacinaram na primeira etapa serão atendidos na segunda fase.
Os grupos prioritários da segunda etapa de vacinação são:
O objetivo do Ministério da Saúde é imunizar os 77,9 milhões de brasileiros que fazem parte do público-alvo da campanha de vacinação. Para isso, a pasta enviou mais de 80 milhões de doses do imunizante da gripe aos estados e ao Distrito Federal.
Cobertura vacinal por estado
Segundo a infectologista e professora da Universidade de Campinas, Raquel Stucchi, qualquer pessoa acima dos seis meses de idade pode tomar a vacina da gripe.
“A vacina contra a influenza é importante e segura. E todos aqueles que estão contemplados na campanha devem ser vacinados. Aqueles que quiserem também fazer a vacina, não estando nos grupos do Ministério da Saúde, podem fazer nas clínicas privadas.”
Segunda etapa da Campanha de Vacinação contra a Gripe começa nesta segunda (2)
GRIPE E SARAMPO: Campanha nacional pretende imunizar 96 milhões de pessoas
O infectologista Julival Ribeiro explica porque é necessário tomar a vacina da gripe todos os anos.
“Os vírus da gripe passam por mutações frequentes, por isso, anualmente, a Organização Mundial da Saúde faz uma previsão de quais são os vírus da Influenza que devem circular no inverno, no hemisfério norte e no hemisfério sul, com base em amostras coletadas em vários centros [de saúde] distribuídos em todo o mundo.”
Ele explica que o vírus da gripe circula o ano inteiro, mas a maior prevalência da influenza ocorre nos meses do inverno.
“A gripe tem uma sazonalidade e geralmente acontece muito mais durante o período de inverno, quando ocorre maior concentração de pessoas e o vírus pode se espalhar facilmente entre elas, sobretudo em ambientes fechados.”
Segundo Julival Ribeiro, o imunizante de 2022 oferecido pelo Ministério da Saúde protege contra três cepas da Influenza: H1N1, H3N2 e B Victoria. Já a vacina oferecida na rede particular é a tetravalente, que protege também contra o subtipo B Yamagata. “Ambas as vacinas são eficazes para prevenir, sobretudo nas pessoas mais vulneráveis, casos graves e mortes”, ressalta.
A infectologista Raquel Stucchi afirma que é seguro tomar a vacina da gripe junto com o imunizante contra a Covid-19.
“A vacina da gripe e a da Covid-19 podem ser aplicadas ao mesmo tempo, com exceção das crianças entre 5 e 12 anos. A recomendação é que se elas forem tomar as duas vacinas, que tenham um intervalo de 15 dias entre elas. Todos aqueles acima de 12 anos, podem fazer as duas vacinas ao mesmo tempo, inclusive os idosos e aqueles com comorbidade”, explica.
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