LOC.: A indústria de mineração brasileira caiu de desempenho em 2022. No último dia 7, o Instituto Brasileiro de Mineração, o Ibram, divulgou que a produção, o faturamento, as exportações e o recolhimento de tributos pelo setor caíram em relação a 2021.
De acordo com o Ibram, a produção de minérios pelo Brasil em 2022 ficou 12% abaixo do total de 2021. O resultado impactou o faturamento da indústria mineral, que caiu de R$ 339 bilhões para R$ 250 bilhões no último ano.
O desempenho do setor pode ser explicado, principalmente, pela queda no preço do minério de ferro, um dos principais produtos da pauta de exportação brasileira, diz o diretor de Sustentabilidade e Assuntos Regulatórios do Ibram, Julio Cesar Nery Ferreira.
TEC.SONORA: Julio Cesar Nery Ferreira, diretor de Sustentabilidade e Assuntos Regulatórios do Ibram.
"Em termos de faturamento, tivemos uma queda de 26% no ano. Essa queda ocorreu em função, principalmente, da queda do preço do minério de ferro, que representa quase 70% da nossa exploração".
LOC.: Apesar do desempenho, no geral, ter sido inferior na comparação com 2021, o setor mineral terminou o ano com mais empregos diretos gerados. Entre 2021 e 2022, os postos de trabalho diretos saltaram de 185 mil para 204 mil.
Segundo o Ibram, o recuo da mineração não será um impeditivo para os aportes no setor. Ao contrário. Os investidores pretendem injetar cerca de US$ 50 bi nos próximos cinco anos. O valor é quase R$ 10 bilhões maior do que o total inicialmente previsto entre 2022 e 2026: de 40 bilhões e quatrocentos milhões de dólares.
As exportações de minérios diminuíram quase 4%. As importações, por sua vez, aumentaram 25,4% em valor. Apesar de ter comprado menos toneladas de minérios de ferro, o Brasil gastou mais ao comprar esses produtos no mercado internacional.
Reportagem, Felipe Moura