Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Indústria teve saldo positivo de 251.868 empregos em 2022

Escassez e alto custo de insumos e matérias-primas importantes para o setor diminuiu, o que ajudou a aumentar a capacidade produtiva e novas contratações, avalia gerente de Análise de Econômica da CNI

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A indústria registrou um saldo positivo de 251.868 empregos em 2022. O resultado é a diferença entre o número de contratações e o de desligamentos entre janeiro e dezembro, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). 

Apesar de a quantidade de postos de trabalho formais criados ter caído cerca de 47% em relação a 2021 – quando o setor gerou 476.740 novas vagas –, o desempenho da indústria foi positivo, o que fez com que o seu estoque de trabalhadores crescesse de 7.927.721 para 8.179.589. 

O gerente de Análise Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Marcelo Azevedo, explica o que contribuiu mais para o aumento do emprego no setor. 

"É a consequência da recuperação que está acontecendo na indústria a partir da superação de um problema que atrapalhou demais o setor, especialmente em 2021, que foi a falta de insumos e matérias-primas. A desorganização das cadeias produtivas ainda prejudicou em 2022, mas algo indica que esse problema foi sendo superado. Isso pode começar a destravar parte da produção industrial, consequentemente com reflexo no trabalho também", acredita. 

Brasil

No ano passado, o país teve um saldo positivo de mais de 2 milhões de empregos, confirmando a recuperação do mercado de trabalho que vem desde 2021, quando mais de 2,7 milhões de novas vagas surgiram. O estoque de trabalhadores com carteira assinada continua a bater recordes. Agora, são 42.716.337. 

Segundo José Luís Oreiro, professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB), o crescimento do mercado de trabalho em 2022 tem como principal fator a retomada do setor de serviços, responsável por cerca de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. 

"O setor de serviços, o que mais gera emprego na economia, foi o mais afetado pela pandemia. Com a vacinação, a letalidade das contaminações é muito baixa. Isso fez com que as pessoas que estavam presas em casa, não estavam saindo pra se divertir, pra beber, comer, ir em restaurante, teatro etc., voltassem a sair de casa. A reabertura da economia foi o primeiro fator impulsionador", avalia. 

No ano passado, o setor de serviços gerou mais de 1,1 milhão de empregos, o que corresponde a 57,7% do saldo positivo de vagas no período. O economista destaca, ainda, que as medidas de expansão fiscal adotadas pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, como a ampliação do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 e a redução de impostos federais e estaduais sobre os combustíveis, contribuíram para que mais dinheiro circulasse na economia, impulsionando a geração de empregos. 

De acordo com os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego no país foi de 8,1% no trimestre encerrado em novembro, o menor nível de desocupação desde 2015.  

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