LOC.: Na passagem de novembro para dezembro de 2022, a produção industrial cresceu em dez dos 15 locais pesquisados pelo IBGE. As expansões mais acentuadas foram de Mato Grosso, com 5,8%; e do Amazonas, com 5,6%. Os dois estados tiveram o segundo mês seguido de crescimento na produção.
Mesmo com esses índices positivos, a produção industrial fechou o ano de 2022 com redução em oito dos quinze locais pesquisados. As maiores quedas foram observadas no Pará e no Espírito Santo, de acordo com dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional, divulgados no último dia 10.
Segundo o economista da equipe técnica da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, a ABDI, Jackson de Toni, vários fatores explicam as taxas negativas de crescimento industrial.
TEC./SONORA: Jackson De Toni, economista
“Um dos primeiros responsáveis é o estrangulamento monetário. O Brasil hoje tem a política monetária mais apertada do mundo, com juros mais altos do mundo, juros inclusive reais se descontar a inflação. Isso faz com que o crédito para o consumidor fique restrito e o crédito para a tomada de investimentos de empréstimos que os industriais fazem para expandir as plantas, comprar novas máquinas, investir em inovação.”
LOC.: Para o economista, a variação no preço do dólar também provoca imprevisibilidade para o setor industrial.
TEC./SONORA: Jackson De Toni, economista
“Um industrial que importa muita matéria-prima e paga em dólar, importa tecnologia ou paga royalties posterior, ele precisa - para o seu planejamento, para sua estratégia comercial e industrial de negócios - ter uma certa previsibilidade do valor do dólar. Como ele não consegue ter, ele retrai investimentos. Os investimentos que não se realizam diminuem a produção, diminuem o giro da economia e acabam agravando a recessão e a crise.”
LOC.: Segundo o IBGE, na comparação com dezembro de 2021, o setor industrial recuou 1,3% em dezembro de 2022, com resultados negativos em 11 dos 15 locais pesquisados.
Reportagem, Landara Lima