Data de publicação: 21 de Novembro de 2022, 05:00h
LOC.: O plenário da Câmara dos Deputados aprovou um projeto que promete modificar a relação entre contribuintes e Receita Federal. Trata-se do Projeto de Lei Complementar 17 de 2022, que busca estabelecer normas gerais relativas a direitos, garantias e deveres do contribuinte, principalmente em relação à Fazenda Pública.
O documento foi intitulado de “Código de Defesa do Pagador de Impostos” ou “Código de Defesa do Contribuinte”. Os destaques dentre os 37 artigos do texto ficam por conta da equivalência na cobrança das taxas, do desconto regressivo sobre as multas e juros de mora para incentivar o contribuinte a quitar voluntariamente o débito e da boa-fé presumida do contribuinte.
Um dos autores do texto, o deputado Marcel van Hattem, do partido Novo do Rio Grande do Sul destaca reparações feitas pelo projeto.
TEC./SONORA: Deputado Marcel van Hattem (Novo/RS)
“Não se pode ter um órgão governamental tratando o cidadão, que é seu cliente, aquele que paga impostos, de uma forma desequilibrada, desproporcional. Eu vou dar um exemplo aqui, talvez seja a maior distorção que esse projeto visa corrigir: quando você deve para o fisco, a sua dívida vai ser cobrada a taxa Selic, quando o fisco, quando a Receita tem que devolver dinheiro para você, sabe como você recebe o dinheiro de volta? Corrigido pela poupança. Esse é só o exemplo talvez mais crasso e mais claro da falta de isonomia no tratamento”
LOC.: O sistema tributário brasileiro é considerado por muitos um dos principais impeditivos para o desenvolvimento do país como potência econômica. Ele afeta tanto as pessoas físicas, com a regressividade dos impostos, quanto as pessoas jurídicas, ou seja, as empresas, que são o sujeito passivo na relação com o Fisco.
Para o advogado tributarista Fernando Lima, o projeto pode corrigir a obsolescência e defasagem do emaranhado tributário brasileiro.
TEC./SONORA: Fernando Lima, advogado tributarista
“Esse Código de Defesa do Contribuinte é importante justamente para conseguir clarear zonas cinzentas que o contribuinte vem sendo colocado que acabam resultando em insegurança jurídica e ofensas ao devido processo legal. Até por isso, cada vez mais demandas tributárias se aglomeram no Supremo Tribunal Federal para serem resolvidas”
LOC.: O texto já foi enviado para avaliação no Senado Federal, mas ainda não há previsão de quando será discutido.
Reportagem, Álvaro Couto.