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LOC 1: A Confederação Nacional da Indústria, a CNI, apresentou um documento formal em defesa do Brasil no processo aberto pelo governo dos Estados Unidos, com base na Seção 301 da Lei de Comércio norte-americana.
A investigação foi aberta em julho e reúne seis pontos de preocupação apontados pelos EUA: comércio digital e serviços de pagamento eletrônico, tarifas preferenciais, aplicação de leis anticorrupção, propriedade intelectual, mercado de etanol e desmatamento ilegal.
No documento, a CNI sustenta que não há base jurídica ou factual para sanções contra o Brasil e rebateu cada ponto da investigação. A entidade destacou que a legislação sobre comércio digital e o PIX seguem padrões internacionais; os acordos tarifários estão em conformidade com a Organização Mundial do Comércio; o país possui marco legal robusto anticorrupção; reduziu prazos de análise de patentes; mantém tarifas de etanol que não restringem o comércio; e adota legislação ambiental rigorosa, com queda recente no desmatamento.
Segundo a gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, Constanza Negri, a manifestação tem respaldo amplo do setor produtivo.
TEC.SONORA: Gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, Constanza Negri.
“A CNI apresenta uma contribuição endossada por mais de 40 entidades empresariais com suas próprias manifestações e mostramos com dados concretos e evidências que o Brasil não adota práticas injustificáveis ou que discriminam as operações das empresas americanas e o nosso relacionamento comercial com os Estados Unidos. Reforçamos que medidas restritivas só podem trazer prejuízos a uma relação que é historicamente de benefícios mútuos e entendemos que o caminho certo é o do diálogo, da cooperação entre Brasil e Estados Unidos e continuaremos trabalhando nesse sentido.”
LOC 2: A Seção 301 da Lei de Comércio dos Estados Unidos, de 1974, autoriza o governo norte-americano a investigar práticas de outros países consideradas injustas ou discriminatórias em relação ao comércio com os EUA.
No caso do Brasil, se for confirmada a existência de práticas desleais, o governo norte-americano pode adotar medidas que vão de negociações bilaterais à imposição de tarifas adicionais e sanções comerciais.
Reportagem, Deborah Souza.