Foto: Arquivo Agência Brasil
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Aneel cria a bandeira “escassez hídrica” e o preço da energia elétrica aumenta em 50% na Bahia

A nova bandeira reajustou o preço da energia de R$ 9,4 por 100 kwh (quilowatt-hora) para R$ 14,2 kwh

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A meta inflacionária para 2021, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), tinha estimativa de variar entre 3,75% e 5,25% no início do ano. No entanto, o Banco Central já vislumbra uma taxa de inflação de 7,11% ao final do período. Em julho, por exemplo, o IPCA já acumulava quase 9% em 12 meses e a tendência é que esse número continue em alta, já que os valores cobrados da energia elétrica subiram na última semana. 

A Aneel criou uma faixa de cobrança na conta de luz, a bandeira “escassez hídrica”, com valores mais altos em comparação aos praticados na bandeira vermelha 2. A nova cobrança na tarifa de energia elétrica reajustou o preço em 50%, passando de R$ 9,4 por 100 kwh (quilowatt-hora) para R$ 14,2 kwh. De acordo com a Aneel, a nova bandeira valerá até abril de 2022 e o reajuste médio aos consumidores deve ser de 6,78%. 

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Nos estados da região Nordeste do país, por exemplo, a tarifa média cobrada na energia elétrica, sem a bandeira de escassez hídrica, é de R$ 0,60 por kwh consumido. Na Bahia, a tarifa convencional cobrada é de R$ 0,62 por kwh. 

“Remédio”

A principal medida usada para frear a alta da inflação é o controle da taxa básica de juros da economia, a Selic, realizado pelo Banco Central. A dinâmica é simples: quando os preços ao consumidor disparam, o BC aumenta a taxa de juros e o dinheiro e o crédito ficam mais caros, a procura por produtos e serviços diminui e, por consequência, força a queda dos valores no comércio. Entretanto, essa “receita” é indicada quando a inflação dispara por forte consumo, ou seja, diferente da realidade atual. 

“Quando você dá um ‘remédio’, que seria o aumento da taxa de juros, para uma inflação que não tem origem no consumo, ela tem origem na oferta, você gera desaquecimento da economia. O crédito e os produtos ficam mais caros e você desestimula da economia”, explica Luiz Carlos Ongaratto, especialista em Economia e Administração.

No entanto, o “remédio” tem contraindicações perversas sobre a produção industrial e na capacidade de o setor produtivo realizar investimentos, já que a Selic também influencia nos valores dos créditos, desvaloriza a moeda brasileira e contribui para a falta de insumos e matérias-primas nas indústrias. O combo da política de contenção da inflação desestimula a atividade econômica. 

“Automaticamente, quando você dá um ‘remédio’, que seria o aumento da taxa de juros, para inflação que não tem origem no consumo, você vai gerar desaquecimento da economia. O crédito fica mais caro, os produtos ficam mais caros”, lembrou Daniel Almeida, deputado federal do PC do B/BA. 

Este ano, a Selic teve quatro reajustes e já acumula alta de 3,25% a.a., saindo de 2% a.a., em janeiro, para 5,25% a.a., em agosto. O BC manteve o reajuste em 0,75% nos três primeiros movimentos do ano, em março, maio e junho, mas elevou a taxa em 1%, este mês. 

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LOC.: Os consumidores da Bahia vão ter de gastar mais para pagar a conta de energia elétrica, já que, a Aneel criou nova faixa de cobrança, a bandeira “escassez hídrica”, com valores mais altos em comparação aos praticados na bandeira vermelha 2. 

A nova cobrança na tarifa de energia elétrica reajustou o preço em 50%, passando de R$ 9,4 por 100 quilowatts-hora para R$ 14,2 quilowatts-hora. De acordo com a Aneel, a nova bandeira vai valer até abril de 2022 e o reajuste médio aos consumidores baianos deve ser de 6,78%. 

A escalada de preço se deve à crise hídrica que o País enfrenta e deve impactar na meta de inflação anual, o IPCA, que era estimada entre 3,75% e 5,25% no início do ano. No entanto, o Banco Central já vislumbra uma taxa de inflação de 7,11% ao final do período. Em julho, por exemplo, o IPCA já acumulava quase 9% em 12 meses e a tendência é que esse número continue em alta. 

A principal medida usada para frear a alta da inflação é o controle da taxa básica de juros da economia, a Selic. Entretanto, essa “receita”, segundo Luiz Carlos Ongaratto, especialista em Economia e Administração, é indicada quando a inflação dispara por forte consumo, ou seja, diferente da realidade atual. 

TEC./SONORA: Luiz Carlos Ongaratto, especialista em Economia e Administração
 

“Quando você dá um ‘remédio’, que seria o aumento da taxa de juros, para uma inflação que não tem origem no consumo, ela tem origem na oferta, você gera desaquecimento da economia. O crédito e os produtos ficam mais caros e você desestimula da economia”.


LOC.: O aumento nas taxas de juros para conter a inflação pode sacrificar a produção industrial dos estados e comprometer a capacidade do setor produtivo de realizar investimentos, já que a Selic também influencia nos valores dos créditos e contribui para a falta de insumos e matérias-primas nas indústrias. O combo da política de contenção da inflação desestimula a atividade econômica, como explica o deputado federal Daniel Almeida, do PC do B, baiano.

TEC./SONORA: Daniel Almeida, deputado federal – PC do B/BA

“Automaticamente, quando você dá um ‘remédio’, que seria o aumento da taxa de juros, para inflação que não tem origem no consumo você vai gerar desaquecimento da economia. O crédito fica mais caro, os produtos ficam mais caros”.


LOC.:  Este ano, a Selic teve quatro reajustes e já acumula alta de 3,25% a.a., saindo de 2% a.a. em janeiro para 5,25% a.a. em agosto. O BC manteve o reajuste em 0,75% nos três primeiros movimentos do ano, em março, maio e junho, mas elevou a taxa em 1%, este mês.

Reportagem, Cristiano Ghorgomillos