LOC.: Mais de 50% dos exportadores afirmam que a falta de transparência e de informações sobre taxas, encargos e alíquotas no site oficial do Mercosul é o principal problema relacionado à divulgação de informações no bloco. O dado é de uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria, a CNI.
Além disso, mais de 60% dos principais exportadores brasileiros para Argentina, Paraguai e Uruguai relatam tempo excessivo para desembaraço de mercadoria e exagero de pedidos de documentação, taxas e encargos.
Para diminuir essas dificuldades, foi assinado o Acordo sobre Facilitação do Comércio do Mercosul, que estabelece o Sistema Informático de Trânsito Internacional Aduaneiro. O professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília Alcides Cunha afirma que, com isso, haverá maior transparência nas operações.
TEC./SONORA: Alcides Cunha, professor da UnB
“A disponibilização de informação de forma expedida, de forma rápida, a todos os operadores é a forma pela qual se procura alcançar essa desejada transparência. E os estados estão assumindo compromissos de implementar essas medidas em menor prazo possível.”
LOC.: O tratado foi assinado no município de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, no final de 2019. Mas só agora vai à promulgação, após o Senado aprovar o Projeto de Decreto Legislativo que estabelece a adesão do Brasil ao acordo de facilitação.
O senador Nelsinho Trad, do PSD de Mato Grosso do Sul, relator ad hoc do projeto no Senado, afirma que o acordo vai trazer mais agilidade para as trocas comerciais entre os países do bloco.
TEC./SONORA: senador Nelsinho Trad, PSD-MS
“De forma direta esse acordo vai trazer agilidade para o comércio dentro do Mercosul. Vamos ter menos papelada, menos obstáculos burocráticos e regras mais alinhadas entre os países do bloco. Isso significa que produtos vão circular de forma mais rápida e eficaz beneficiando tanto os comerciantes, quanto os consumidores. Assim, todos os envolvidos ganham.”
LOC.: Outro ponto de destaque no Acordo sobre Facilitação do Comércio do Mercosul é a eliminação de taxas estatísticas e consulares nos países do bloco. Com isso, os exportadores brasileiros deixarão de pagar 2,5% nas vendas para a Argentina e 5% para o Uruguai. Segundo estimativas da CNI, isso pode implicar em uma redução de cerca de 500 milhões de dólares com o pagamento de taxas.
Reportagem, Paloma Custódio