Foto: Divulgação/Ministério das Comunicações
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5G em Goiânia: tecnologia pode aumentar produtividade do agro e da indústria

A nova tecnologia de internet móvel vai trazer mais velocidade ao usuário e promete uma revolução no setor produtivo. Em Goiás, indústria e agro, dois dos setores que mais serão beneficiados, respondem por mais de 31% do PIB do estado

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A chegada do 5G em Goiânia promete internet até 30 vezes mais rápida que o 4G aos usuários. Mas é na indústria e no agro que a nova tecnologia pode promover uma revolução no estado. Com maior tráfego de dados, menor tempo de resposta entre envio e recebimento de comandos e a possibilidade de várias conexões em uma mesma rede, o setor produtivo pode se automatizar, inserir novos maquinários e tecnologias, e otimizar os processos para gastar menos e gerar mais. O sinal do 5G chegou a Goiânia no dia 16 de agosto.

Segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o PIB industrial de Goiás em 2019 superou os R$ 39 bilhões, o que equivale a 21,2% de todo o produto interno bruto do estado. O setor também gera mais de 327 mil empregos. Com o 5G, a tendência é que vários processos automatizados levem a uma maior economia e organização. E isso só é possível porque estima-se que a nova internet suporte aproximadamente a conexão simultânea de um milhão de dispositivos por quilômetro quadrado, o que leva à evolução da Internet das Coisas (IoT), em que máquina “conversa” com máquina, para produzirem análises mais rápidas de dados.

Considerado o pilar da Indústria 4.0, o 5G permitirá também que a Inteligência Artificial faça ajustes de forma contínua para que a produção se mantenha sempre de acordo com a demanda, ou ainda um monitoramento 24 horas por dia e otimização de desempenho e segurança.

A agricultura e a agropecuária de Goiás também vão se beneficiar com o 5G, com impacto significativo para o estado. Segundo a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o agronegócio equivale a mais de 10% do PIB local – em 2020, os valores ultrapassaram os R$ 19,4 bilhões. Além disso, o setor é a principal atividade em 77 municípios.

O 5G que está sendo instalado nas capitais está presente principalmente na área central. No caso de Goiânia, o sinal é melhor captado nos bairros Setor Sul, Setor Jardim Goiás, Setor Bueno, Setor Nova Vila, Setor Pedro Ludovico, Setor Oeste, Setor Bela Vista, Setor Marista, Residencial Recanto dos Buritis, Nova Suíça e Setor Sudoeste. Ao todo, foram instaladas 100 antenas. 

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Segundo a Tim, uma das operadoras que oferecem a nova tecnologia, o 5G puro será oferecido em 130 bairros da cidade, beneficiando cerca de 35% da população com a cobertura de quinta geração. Homero Salum, diretor de Engenharia da TIM Brasil, diz que a internet de quinta geração vai impactar não só a rotina do dia a dia, como também revolucionar diversos setores.

“Com conexões melhores e mais rápidas, o 5G é capaz de conectar máquinas, objetos, coisas e pessoas. Por isso, é chamada a tecnologia do futuro. Essas características vão impactar o Brasil em inúmeros segmentos da indústria, do setor de serviços, do agronegócio e até mesmo as rotinas das pessoas dentro das casas”, aponta Salum. “Na indústria, que vai gerar máquinas e equipamentos para toda essa conectividade, o impacto será revolucionário.”

Luciano Stutz, presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel), revela que o 5G vai impactar tanto as micro e pequenas empresas quanto as de maior porte. Para a grande indústria, a maior novidade será a possibilidade de criar redes privadas com a tecnologia, o que vai otimizar ainda mais os processos e ganhos. Ele ressalta, no entanto, que todo e qualquer produtor que tenha acesso vai começar a se beneficiar a partir de agora.

“O empresário que está incrustado dentro da cidade e que faz também o processo fabril, ou o pequeno agricultor que está na borda e pode se cobrir com esse 5G, ou um microempreendedor pode, sim, ter seus processos produtivos melhorados. Você vai ter uma indústria que vai trabalhar com 5G, esse já vai poder operar um equipamento à distância, seja um drone, um semeador, seja uma máquina agrícola, se ele já tiver acesso ao 5G. Aquelas indústrias que se prevalecem de meios mecânicos, automatizados para fazerem seu processo produtivo, se aproveitam do 5G na medida em que estão presentes”, destaca Stutz.

A indústria goiana, que tem como principais setores Construção, Alimentos, Serviços industriais de utilidade pública, Derivados de petróleo e biocombustíveis e Químicos, exportou em 2021, segundo dados da CNI, US$ 2,4 bilhões. O estado é o décimo colocado em exportações industriais do país.

Goiânia recebeu o 5G no mesmo dia em que Salvador (BA) e Curitiba (PR). As três capitais se juntaram a São Paulo (SP), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS) e João Pessoa (PB), que receberam o sinal antes, e às que receberam mais recentemente: Rio de Janeiro (RJ), Palmas (TO), Florianópolis (SC) e Vitória (ES).

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