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Verificação de Óbitos deve ter reforço de 66 milhões durante a pandemia

Ministério da Saúde garante repasse para os 43 estabelecimentos do tipo no país

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O Ministério da Saúde liberou cerca de R$ 66,3 milhões para que estados, municípios e o Distrito Federal fortaleçam os Serviços de Verificação de Óbito (SVO) durante a pandemia da Covid-19. Os recursos são para os 43 estabelecimentos do tipo no país, visando reforçar ações para esclarecer as causas das mortes. 
 
O principal objetivo é aprimorar o protocolo para confirmação de casos de óbitos motivados ou não pelo novo coronavírus. O órgão espera que os recursos ajudem a ampliar e qualificar ações rotineiras feitas pelos SVOs, entre elas, o monitoramento de óbitos, realização de necropsias em corpos sem causa de morte diagnosticada e com suspeita da Covid-19. Além disso, o dinheiro vai servir para emissão de declarações de óbito dos casos suspeitos ou confirmados da doença causada pelo novo coronavírus. 
 
De acordo com o Ministério da Saúde, o repasse vai ajudar os entes da federação a ampliarem a capacidade de notificação e investigação de óbitos com suspeita ou confirmação da Covid-19. O foco seriam casos de morte materna e infantil, segundo a pasta. 
 
Professor de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Saldiva acredita que o repasse é bastante positivo. “Os Serviços de Verificação de Óbito exercem um papel importante para identificação dos riscos. Esse recurso adicional para capacitar os SVOs é muito bem-vindo e mostra que estamos avançando e incorporando autópsias, como vigilância epidemiológica e saber quais são os agentes infecciosos que estão circulando em diferentes partes do país”, afirma. 
 
Ele complementa: “os recursos não cobrem todas as demandas, mas essa é a situação do país agora, que passa por uma crise econômica.”

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Agilidade

O órgão espera que os serviços consigam ser mais céleres no encaminhamento de resultados de exames complementares da causa de morte para casos suspeitos. Além disso, os estados, municípios e o DF vão poder utilizar a verba para atividades de manutenção, o que vai permitir o funcionamento dos serviços enquanto a pandemia durar. 
 
Os recursos destinados aos SVOs podem evitar que a sobrecarga sobre o serviço em alguns municípios ocorra novamente. Na cidade de São Paulo, por exemplo, a Secretaria Municipal de Saúde decretou, em abril, que os médicos do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) teriam de fazer atestados de óbitos durante a pandemia do novo coronavírus. 
 
O motivo era justamente o aumento das mortes pela Covid-19 e sobrecarga do SVO da capital paulista. Após algumas semanas, a prefeitura suspendeu a mudança e contratou equipes específicas para emitir os documentos. 
 
Segundo Saldiva, os recursos destinados aos SVOs são importantes porque melhoram não apenas a capacidade de investigação e notificação dos óbitos, mas entendem a causa. 
 
“Quando surge um vírus novo, que não conhecemos como ele compromete os diferentes órgãos e sistemas, nós precisamos, necessariamente, ter acesso a tecidos do organismo para entender como o vírus nos agride e como nosso corpo reage frente a ele. Isso vai ter implicações no desenvolvimento de estratégias de tratamento clínico nas UTIs, para a produção de vacinas e outros microbianos”, exemplifica. 

Critérios

Para distribuir os recursos entre os 43 SVOs, o Ministério da Saúde levou em conta o tamanho da população da área de abrangência de cada estabelecimento, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Cada serviço foi classificado em um dos cinco grupos definidos segundo porte populacional. 
 
Arte: Brasil 61
 
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, por exemplo, vai receber R$ 2.250.000,00, pois o SVO local é responsável por uma população que varia entre três e cinco milhões de pessoas. Já o SVO de Marília, no interior de São Paulo, cuja população é de até 500 mil moradores, vai receber R$ 750 mil. 

Rede

Ao todo, o país conta com 43 SVOs, que atendem a 2.639 municípios, menos da metade das cidades brasileiras. Dezesseis capitais e o Distrito Federal contam com esses estabelecimentos. Procurado pela reportagem do portal Brasil61.com, o Ministério da Saúde não respondeu qual a estimativa de aumento no monitoramento de mortes. 

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LOC.: O Ministério da Saúde liberou cerca de R$ 66,3 milhões para que estados, municípios e o Distrito Federal fortaleçam os Serviços de Verificação de Óbito (SVO) durante a pandemia da Covid-19. Os recursos são para os 43 estabelecimentos do tipo no país, visando reforçar ações para esclarecer as causas das mortes. 
 
O principal objetivo é aprimorar o protocolo para confirmação de casos de óbitos causados ou não pelo novo coronavírus. O órgão espera que os recursos ajudem a ampliar e qualificar ações rotineiras feitas pelos SVOs. Além disso, o dinheiro vai servir para emissão de declarações de óbito dos casos suspeitos ou confirmados da doença causada pelo novo coronavírus. 
 
De acordo com o Ministério da Saúde, o repasse vai ajudar os entes da federação a ampliarem a capacidade de notificação e investigação de óbitos com suspeita ou confirmação da Covid-19. O foco seriam casos de morte materna e infantil, segundo a pasta. 
 
Professor de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Saldiva, acredita que o repasse é bastante positivo. 
 
TEC./SONORA: Paulo Saldiva, Professor de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP)
 

“Os SVOs exercem um papel importante para identificação dos riscos. Esse recurso adicional para capacitar os SVOs é muito bem-vindo e mostra que estamos avançando e incorporando autópsias, como vigilância epidemiológica e saber quais são os agentes infecciosos que estão circulando em diferentes partes do país.”
 


LOC.: Os recursos destinados aos SVOs podem evitar que a sobrecarga sobre o serviço em alguns municípios ocorra novamente. Na cidade de São Paulo, por exemplo, a Secretaria Municipal de Saúde decretou, em abril, que os médicos do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) teriam de fazer atestados de óbitos durante a pandemia do novo coronavírus. 
 
O motivo era justamente o aumento das mortes pela Covid-19 e sobrecarga do SVO da capital paulista. Após algumas semanas, a prefeitura suspendeu a mudança e contratou equipes específicas para emitir os documentos. 
 
Segundo Saldiva, os recursos destinados aos SVOs são importantes porque melhoram não apenas a capacidade de investigação e notificação dos óbitos, mas a entender a causa e em estratégias para vencê-la. 
 
TEC./SONORA: Paulo Saldiva, Professor de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP)
 

“Quando surge um vírus novo, que não conhecemos como ele compromete os diferentes órgãos e sistemas, nós precisamos, necessariamente, ter acesso a tecidos do organismo para entender como o vírus nos agride e como nosso corpo reage frente a ele. Isso vai ter implicações no desenvolvimento de estratégias de tratamento clínico nas UTIs, para a produção de vacinas e outros microbianos.”
 

 


LOC.: Ao todo, o país conta com 43 SVOs, que atendem a 2.639 municípios, menos da metade das cidades brasileiras. Dezesseis capitais e o Distrito Federal contam com esses estabelecimentos.
 
Para distribuir os recursos entre os 43 SVOs, o Ministério da Saúde levou em conta o tamanho da população da área de abrangência de cada estabelecimento, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os valores repassados para cada unidade variam entre R$ 750 mil e R$ 3 milhões. 
 
Reportagem, Felipe Moura.