LOC.: No momento em que gestores de saúde e governantes de todo o país somam esforços para combater a pandemia da Covid-19, as cinco regiões do país sofrem um surto de sarampo, segundo o Ministério da Saúde. Entre 29 de dezembro do ano passado e 20 de junho deste ano, de acordo com a pasta, foram confirmados 4.958 casos da doença em 20 estados brasileiros, além do Distrito Federal.
O Pará lidera o ranking no país, com 2.618 casos de sarampo e três óbitos. A Secretaria de Saúde do estado (Sespa) confirma um número ainda maior de casos, com 3.759 registros. De acordo com a pasta, os jovens paraenses com idade entre 20 e 29 anos de idade são os mais atingidos pela doença e os municípios com a maior concentração de casos são Belém, com 1.233; Ananindeua, com 418 e Breves, que contabilizou 244 registros de sarampo.
Segundo Sâmia Borges, diretora de epidemiologia da Sespa, há estoque suficiente de vacinas contra o sarampo nos municípios do estado, mas a procura é muito baixa, especialmente durante a pandemia da Covid-19. No Pará, a cobertura vacinal, neste ano, atingiu apenas 7% da meta.
“A baixa procura pela imunização vem causando a baixa cobertura [vacinal]. O estado destina as vacinas aos municípios, mas a procura pela mesma está pequena.”
LOC.: O estado de São de Paulo é o terceiro do país em número de casos confirmados da doença (681). Segundo a Secretaria de Saúde do estado, 29 municípios paulistas possuem circulação ativa do vírus causador da doença, sendo que a grande concentração da mesma está em cidades da região metropolitana da capital e da Baixada Santista.
Em 1º de janeiro deste ano, o país registrou a primeira morte por sarampo, que ocorreu na cidade de São Paulo. De acordo com Maria Lígia Nerger, enfermeira da Divisão de Vacinação do estado de São Paulo, um dos fatores que ocasionou o surto no estado é a fato de muitas pessoas não retornarem aos postos de vacinação para tomar a segunda dose da vacina. Ela alerta que a maior incidência da doença ocorre nas crianças.
“Estamos programando uma intensificação de vacinação a partir do dia 15 de julho até 31 de agosto para a faixa etária de seis meses até 29 anos e uma campanha indiscriminada para a população de 30 a 49 anos de idade”
LOC.: Segundo o Ministério da Saúde, existem três vacinas que protegem contra o sarampo. Entre elas está a tríplice viral que é aplicada em duas doses. Além do sarampo, a vacina protege contra a caxumba e rubéola. Entre os sintomas da doença estão febre acompanhada de tosse, irritação nos olhos e mal-estar constante. A transmissão pode ocorrer entre 4 dias antes e 4 dias depois do aparecimento de manchas vermelhas pelo corpo.
Por conta da pandemia da Covid-19, 117 milhões de crianças, em 37 países, devem deixar de serem vacinadas, de acordo com estimativa Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Mundial da Saúde (OMS). As entidades afirmam que isso pode ocasionar no retorno de doenças erradicadas, como a poliomielite, até então controladas, que é o caso do sarampo.
Reportagem, Paulo Oliveira