Data de publicação: 24 de Janeiro de 2021, 23:00h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:32h
A produção total de café deve ficar entre 43,8 milhões e 49,5 milhões de sacas, em 2021. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a projeção representa uma redução entre 30,5% e 21,4% em relação à última safra. As razões apontadas para o resultado são a falta de chuva e o efeito da bienalidade negativa.
As informações constam no 1º Levantamento da Safra 2021 de Café, divulgado nesta semana pelo órgão. O estudo inclui as variedades de café conilon e arábica. Segundo o superintendente de Informações da Agropecuária da Conab, Cleverton Santana, esse efeito ocorre quando a planta possui uma produtividade alta em uma safra, mas, devido a necessidade de recomposição do vegetal, a produção sofre queda na próxima.
“Sendo um ano de bienalidade negativa, sempre há um aumento da área em formação, porque os produtores escolhem suas áreas onde ocorrem menores produtividades, por esgotamento da planta, e aproveita esse ano para levar essa área para formação, para fazer o manejo para que no ano de bienalidade positiva expresse todo seu potencial de produtividade”, disse durante a apresentação virtual do levantamento.
Ainda de acordo com os dados da Conab, ao passo que a área em produção é a menor dos últimos 20 anos, a área em formação é considerada a maior dentro do período. Isso se dá porque a seca que assolou os cafezais também induziu os produtores a aproveitar o ano de bienalidade. Sendo assim, a área de produção indicada é de 1,76 milhão de hectares, com uma queda de 6,8% frente em comparação com 2020.
Sobre as condições climáticas, Cleverton Santana destaca que o período entre setembro e dezembro do ano anterior afetou a produção de café, sobretudo a floração. Nos anos em que as chuvas são escassas, a característica natural da planta é derrubar suas flores para manter-se viva.
“Na última safra, tivemos áreas com chuva abaixo da média no início da primeira floração, essas flores foram abortadas, mas a segunda floração veio no momento de chuvas favoráveis e até a produção foi superada em algumas regiões. Nessa safra não, tivemos a primeira e segunda floração ocorrendo em chuvas abaixo da média e altas temperaturas”, disse.
Desempenho da safra em 2021
A Companhia Nacional de Abastecimento estima que a produção total para a espécie conilon possa ser superior a 16,6 milhões de sacas de café beneficiado, com um incremento de 16% em relação a 2020. Já para o arábica, a estimativa é de uma colheita entre 29,7 milhões e 32,9 milhões de sacas, o que representa uma queda de 32,4% e 39,1%, respectivamente, em comparação com a safra passada.
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Em relação à conjuntura de mercado, os dados apresentados pela Conab apontam que os preços para o café arábica são os mais altos dos últimos quatro anos. O valor chegou a R$ 604,90 por saca no mês de dezembro, com 22,6% de aumento durante 2020. Já o preço do café conilon, no mesmo mês, foi de R$ 379,60, com valorização de 31,67%.