LOC.: As complexidades de aliar prevenção à saúde na pandemia da Covid-19 e manter setores econômicos aquecidos foram encaradas por todo o País em 2020, e continuam sendo um dilema para 2021 com a chegada da segunda onda de contaminações. Porém, pesquisas e análises de especialistas mostram que os setores econômicos que mais estiveram relacionados ao “novo normal” foram os que mais encontraram oportunidades de crescimento nos últimos meses.
De acordo com a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, a participação do e-commerce no comércio varejista em novembro de 2020 foi de 14,4%, quase o dobro do mesmo mês de 2018. O uso da tecnologia hospitalar também ganha destaque e deve ser cada vez mais padronizado nos próximos anos.
Na visão de Hugo Cândido, especialista em e-commerce e consultor em tecnologia, duas indústrias que apresentam destaque econômico neste momento são aquelas voltadas para os equipamentos domésticos e os suprimentos hospitalares.
“A gente percebe que a área de tecnologia acabou tendo uma crescente muito grande por duas vertentes. A primeira delas foi em relação aos suprimentos hospitalares. Outra indústria que cresceu bastante foi o uso de equipamentos domésticos, porque, com a restrição de circulação da população, as pessoas acabaram tendo que ficar em casa, trabalhar de casa, estudar de casa.”
LOC.: A pandemia também forçou a população a adquirir novos estilos de vida. E outro mercado que foi aquecido com práticas da pandemia foi o setor de pets, “que se tornaram praticamente parceiros de home-office”, como diz Nelo Marraccini, presidente-executivo do Instituto Pet Brasil.
Com base no terceiro trimestre de 2020, o mercado pet brasileiro apresenta projeção de crescimento de 13,3%, em relação aos números de 2019, com faturamento previsto de R$ 40,1 bilhões. Até o final de 2021, a cifra é 6,88% maior do que aquela projetada nos primeiros seis meses de 2020.
“O crescimento contínuo no mercado pet se deve ao fato dos animais de estimação serem parte da família. Por isso, mesmo em períodos de dificuldade econômica, o consumidor não para de cuidar da saúde e bem-estar do animal. Ele pode optar por um produto mais em conta, que é normal, mas não deixam de fazê-lo.”
LOC.: Dentro desses novos hábitos, destacam-se ainda o crescimento dos setores relacionados aos produtos do lar e os gastos com produtos alimentícios, em estabelecimentos físicos e plataformas on-line. Especialistas destacam ainda que a busca por soluções tecnológicas diante dos cenários que enfrentam dificuldade este ano, como educação ou cultura, podem ser alternativas de crescimento.
Reportagem, Alan Rios