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Em meio à pandemia do coronavírus, outra doença preocupa os brasileiros, com números alarmantes: a dengue. Segundo o Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, foram notificados 971.136 casos prováveis de dengue no Brasil, entre 29 de dezembro de 2019 e 14 de novembro de 2020. A taxa de incidência é de 462 casos a cada 100 mil habitantes. No período, foram registrados 528 óbitos pela doença, sendo a maioria (57%) da faixa etária acima de 60 anos.
De acordo com o levantamento, os estados que registram maiores números de casos prováveis são Paraná (263.183), São Paulo (207.979), Minas Gerais (82.675) e Bahia (81.990). No entanto, a taxa de incidência a cada 100 mil habitantes é maior no Paraná (2.301,8), no Mato Grosso do Sul (1.868,7) e no Distrito Federal (1.531,0).
Em relação ao número de mortes, 94% dos casos se concentram nos estados do Paraná, São Paulo e na Região Centro-Oeste do País.
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Se os números já preocupam as autoridades em saúde, a combinação de calor e chuva, que se inicia agora no verão, é fator agravante para aumentar a incidência de dengue. Em 2021, o brasileiro pode esperar um verão quente e chuvoso. Segundo a meteorologista Nayane Araujo, do Instituto Nacional de Meteorologia, o fenômeno La Niña contribui para a previsão de chuvas ligeiramente acima da média, na maior parte do país, com temperaturas elevadas.
A coordenadora técnica da Sala de Situação da Universidade de Brasília, Marcela Lopes, explica essa relação entre o verão e o aumento dos casos de dengue.
“O verão no brasil é um período que se concentra grande parte das chuvas, e elas propiciam a multiplicação do mosquito Aedes Aegypti, que é responsável pela transmissão de doenças, como dengue, Zika e chikungunya”, explica.
Mas em meio à pandemia do novo coronavírus, é preciso ficar atento aos sintomas. Marcela Lopes explica a diferença entre os sinais da dengue e da Covid-19.
“A dengue tem como sintomas básicos a febre e a dor no corpo. Mas a Covid, além da febre, tem outros sintomas característicos, como perda do paladar e do olfato. Se você tem sentido febre ou algum sintoma comum entre as doenças, procure um serviço de saúde ou orientação médica”, recomenda.
O principal cuidado para combater a proliferação do mosquito Aedes Aegypti é não deixar acumular água parada, como em vasos de plantas, pneus, garrafas, caixas d’água, bebedouros de animais, entre outros. A coordenadora técnica da Sala de Situação da UnB, Marcela Lopes, também recomenda o uso de repelentes e roupas que cubram a maior parte do corpo, para evitar picadas do mosquito. Ela ressalta o papel da gestão municipal no combate ao vetor.
“É muito importante que a gestão municipal se preocupe com cuidados de limpeza e infraestrutura urbana, como por exemplo retirada de lixos, limpeza de fossas e canais. Tudo isso vai propiciar que o ciclo de desenvolvimento do mosquito seja quebrado”, ressalta.
A coordenadora de vigilância ambiental da Secretaria de Saúde do Paraná, Ivana Belmonte, afirma que o verão passado registrou a pior epidemia de dengue que o estado já atravessou. Atualmente, o Paraná tem a maior taxa de incidência de dengue a cada 100 mil habitantes (2.301,8). Ivana Belmonte aponta as medidas do plano estadual de combate à dengue.
“Esse plano trouxe muitas peculiaridades de inovação, porque tentou implantar novas metodologias tanto no controle vetorial, quanto aprimorar a capacitação das nossas equipes no enfrentamento das epidemias de dengue, no estado do Paraná”. Segundo a coordenadora, tantos as equipes de campo, quanto os profissionais da atenção à saúde, foram capacitados para aumentar a capacidade de assistência e manejo clínico dos pacientes suspeitos de dengue.
No Distrito Federal, a taxa de incidência de dengue a cada 100 mil habitantes também é muito alta (1.531,0). O gerente da Vigilância Ambiental de Vetores e Animais Peçonhentos e Ações de Campo, Reginaldo Braga, chama a atenção da população para os cuidados com o descarte do lixo.
“Evitar jogar lixo em terrenos baldios, áreas abertas, áreas públicas. Esse lixo pode ocasionar a proliferação e aumento do número de vetores, que são os mosquitos transmissores da dengue. Além do problema do mosquito, o lixo traz o problema do escorpião, baratas, ratos e outros vetores e peçonhentos”, aconselha.
A Secretaria de Saúde do DF realizou a inspeção de 1.410.067 imóveis na capital federal, entre janeiro e novembro deste ano. Dentre eles, foram encontrados 144.411 focos de dengues e coletadas 493.923 amostras contendo larvas do mosquito. A pasta informa que realiza, ao longo de todo o ano, diversas medidas como controle larvário e da população de mosquito, assistência aos casos prováveis, encaminhamento de diagnósticos laboratoriais, tratamento do paciente, recuperação do imóvel, além de campanhas de conscientização.
Confira a seguir o vídeo completo com as recomendações do gerente da Vigilância Ambiental de Vetores e Animais Peçonhentos e Ações de Campo, Reginaldo Braga.
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