LOC.: O soro produzido a partir do plasma de cavalos possui anticorpos que chegam a ter 50 vezes mais potência do que os produzidos pelos seres humanos contra o vírus da Covid-19. É isso o que aponta pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Instituto Vital Brazil (RJ), ao divulgar resultados promissores para o tratamento da doença. Em uma visão otimista pela produção para combater a doença, o soro estará disponível daqui a quatro ou cinco meses. O trabalho foi coordenado pelo professor do Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Jerson Lima Silva, e presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Segundo ele, a primeira evidência apresentada pela pesquisa é a de que os animais com o vírus passaram a produzir uma quantidade muito alta de anticorpos e foi possível avaliar um aumento na dificuldade de transmissão pelo vírus.
TEC./SONORA: Jerson Lima Silva, professor do Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro
“É importante explicar o que faz com o plasma, que não sai direto do cavalo. Ele sai do animal, depois é processado, as imunoglobulinas são purificadas e tratadas para eliminar uma parte que possa causar qualquer reação adversa. E tudo isso já é um tratamento tradicional, feito desde a década de 1980.”
LOC.: A pesquisa recebeu financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal (Capes). Desta forma, o desenvolvimento da pesquisa brasileira incentivado por programas de pós-graduação é uma conquista do investimento continuo na área, como explica o presidente da Capes, Benedito Aguiar.
TEC./SONORA: Benedito Aguiar, presidente da Capes
“No nosso país, 95% da pesquisa científica relevante é desenvolvida no âmbito da pós-graduação. A Capes tem um papel fundamental em apoio aos projetos de pesquisa científica atrelados à essa formação. A ciência tem um papel fundamental na solução dos problemas da sociedade e eu creio que as agências de fomento, dentre elas a Capes mas não só ela, têm um papel fundamental para que possamos vencer todas essas dificuldades.”
LOC.: Além da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a pesquisa contou com apoio de aporte de recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).