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Em meio à situação pandêmica enfrentada pelo Brasil, algumas localidades passam por contextos mais delicados do que outras. Um dos exemplos é o estado do Amazonas. A unidade da federação sofreu, recentemente, com a falta de oxigênio para pacientes internados em unidades de saúde, o que significa um caos, já que as pessoas com Covid-19, em estado grave, precisam desse recurso para que o tratamento da doença seja eficaz.
Diante disso, alguns municípios amazonenses começaram a receber a instalação de usinas de oxigênio. Entre eles está Tabatinga, localizado na fronteira com a Colômbia. A usina, que deve apoiar o atendimento hospitalar dos pacientes infectados com o novo coronavírus, tem capacidade de produzir 26 metros cúbicos por hora.
O governador do Amazonas, Wilson Lima, explica que a usina atenderá uma Unidade Básica de Saúde e uma maternidade. Segundo ele, o estado pretende ampliar a capacidade de produção de oxigênio por meio de usinas como essa, para atender, sobretudo, as cidades do interior.
“Temos previsão de instalação de 64 estruturas como essa. Até o momento, 19 já estão montadas e produzindo 8.280 metros cúbicos por dia. Isso nos dá uma tranquilidade em alguns municípios que já receberam essas estruturas”, disse.
Moradora de Tabatinga, a empresária Raquel Gomes conta que o município, de fato, vive um momento difícil por conta da pandemia do novo coronavírus. Segundo ela, com as novas estruturas, outras localidades, inclusive pertencentes a países vizinhos, serão beneficiados.
“Não são atendidos somente os brasileiros. São atendidos os peruanos que vivem na Ilha de Santa Rosa, pois lá eles não têm hospital e nenhum tipo de pronto socorro. E tem as pessoas de Letícia também, que muitas vezes são atendidas aqui. Pelo fato de sermos cidades irmãs, todos eles entram aqui. A situação de Tabatinga é muito difícil”, relata.
O vereador tabatinguense Olímpio Júnior (PSD) afirma que o município tem, ainda, buscado diversas alternativas para suprir a falta de oxigênio no local. “Estamos tendo apoio do Hospital de Guarnição, que possui duas usinas, mas pequenas. Também contamos com o apoio do Sã Rafael, por meio de uma parceria. Além disso, alguns amigos fizeram umas cotas e levantaram recursos para compra de oxigênio. Mas, a situação em Tabatinga ainda é um caos”, destaca.
O material foi doado ao Ministério da Saúde pelo Hospital Sírio-Libanês e pela Fundação Itaú. Além de Tabatinga, outros quatro municípios serão beneficiados com essa parceria, especificamente. São eles: Carauari, Eirunepé, Lábrea e Tefé.
Outros equipamentos também foram doados pela iniciativa privada, no caso pela União-BR. As usinas já foram entregues em Manaus e serão transportadas para Alvarães, Barcelos e Itacoatiara. Os três equipamentos têm capacidade para gerar 8, 11 e 5 metros cúbicos de gás/hora, respectivamente.
O município de Itacoatiara também deve receber 15 concentradores de oxigênio doados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). De acordo com o Ministério da Saúde, o objetivo da estratégia é fortalecer a rede de geração de oxigênio, tanto na capital amazonense quanto nas cidades do interior, para reduzir a dependência do gás industrializado pelas empresas fornecedoras ao estado.
Dados do boletim epidemiológico divulgado pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas revela que, até as 10h da última quinta-feira (4), o estado contabilizava 276.551 casos de pessoas infectadas pelo novo coronavírus e 8.716 mortes em consequência da Covid-19.
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Na avaliação do assessor da Sala de Situação a Saúde da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas - FVS/AM, Daniel Barros, esse quadro se deve, principalmente, a três fatores que, segundo ele, contribuem para o aumento no número de casos da Covid-19.
“Um deles é o componente social, ou seja, a baixa adesão da população às medidas de prevenção. O segundo componente é o ambiental. Estamos atravessando um período chuvoso e sabemos que há uma maior frequência das pessoas se aglomerarem em ambientes fechados, com pouca circulação de vento. O terceiro componente, que ainda está sendo estudado, é a variante do vírus que, hoje, é responsável pela maioria dos casos”, explica.
Entre os casos confirmados, 2.050 pacientes permanecem internados (1.343 em leitos clínicos; 637 em vagas de UTIs e 70 nas chamadas salas vermelhas, destinadas à estabilização de pacientes críticos/graves. Outras 505 pessoas aguardavam os resultados de exames para saber se foram infectadas pelo novo coronavírus.
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