Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Valor médio da cesta básica cai em 7 das 8 capitais pesquisadas em março

As capitais que apresentaram maior queda no valor foram Fortaleza (-4%) e Belo Horizonte (-2%)

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O valor médio da cesta básica em março de 2023 registrou queda em sete das oito capitais pesquisadas, em comparação com o mês anterior. A redução no preço  variou de -4,0% a -0,1%, de acordo com a plataforma Cesta de Consumo, criada pela Horus Inteligência de Mercado em parceria com Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre). 

As capitais que apresentaram maior queda no valor foram Fortaleza (-4%) e Belo Horizonte (-2%). A única alta registrada no mês foi no Rio de Janeiro, onde o preço aumentou em 1,6%.

A cesta mais cara também foi a do Rio de Janeiro, com o custo médio no valor de R$ 889,69, seguida por São Paulo (R$ 854,61) e Brasília (R$ 744,29). Por outro lado, Belo Horizonte (R$ 612,72) e Manaus (R$ 683,28) registraram os menores valores.

De acordo com o economista César Bergo, o preço da cesta básica em Belo Horizonte está 30% mais barato comparando com o valor no Rio de Janeiro. Para ele, isso demonstra que a demanda no Rio de Janeiro está aquecida. “Rio de Janeiro e São Paulo estão com custos elevados, bem acima da média nacional. A tendência é que se regularize”, aponta.

Segundo a pesquisa, dos 18 produtos da cesta básica, apenas os ovos apresentaram alta de preço em todas as capitais. O aumento no custo de produção e alimentação das aves resultou na diminuição da oferta do ovo, assim como o aumento da demanda ocasionado pela Quaresma.

Para Bergo, a queda no preço da cesta básica irá afetar também o comércio, já que o consumidor deve selecionar os produtos que pretende comprar. “No caso, por exemplo, dos ovos que andaram subindo muito nos últimos meses, isso impacta o preço. Então o consumidor deve ficar atento e optar por aqueles produtos que estão com um preço melhor”, explica.

Ele também informa que os preços acompanham a perspectiva da inflação, que caiu em março. “A tendência para os próximos meses é que a cesta básica acompanhe esse movimento de queda e fique mais barata, sobretudo nessas cidades onde existe um valor bem alto da cesta básica”, afirma.

Óleo de soja foi a categoria que mais apresentou redução de preço em quase todas as capitais. Também registraram queda frutas, café em pó e em grãos, carne bovina, fubá e farinhas de milho.

“Existem muitos produtos que têm melhorado significativamente o preço ao consumidor. Você pode observar que a pressão em função da cadeia produtiva, entressafra, isso tudo está sendo solucionado gradativamente”, aponta o economista.

Impactos para a população

O presidente da Central Única das Favelas do Distrito Federal (Cufa-DF), Bruno Kesseler, explica que a instituição começou a doar cestas básicas no início da pandemia do coronavírus. Segundo ele, um pouco depois, houve um aumento significativo do preço da cesta, o que impactou diretamente as doações.

“Essa diminuição faz uma grande diferença para nós, até porque fazemos doações de números elevados de cestas básicas. Sabemos que a pandemia ainda deixou prejuízos para algumas famílias, que perderam fontes de renda e consequentemente, poder de compra. Então, com certeza vai impactar diretamente no orçamento dessas famílias também”, aponta Kesseler.

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