LOC.: Os mais de cinco mil e quinhentos municípios brasileiros recebem nesta sexta-feira, dia 29, o valor referente ao terceiro decêndio de setembro do Fundo de Participação dos Municípios, o FPM. O valor é repassado a cada dez dias e serve para custear despesas primárias, como folha de pagamento e fornecedores.
O montante repassado nesta sexta é de mais de quatro bilhões e sessenta milhões de reais, valor 29% maior que o do mesmo período de 2022. Com relação ao terceiro decêndio de agosto, são 27% a mais. O que, para o assessor de orçamento Cesar Lima, prova que a sazonalidade que refletiu na queda de arrecadação nos últimos três meses, está passando. Ele ainda prevê mais arrecadação — e consequente repasse maior — para os próximos meses.
TEC/SONORA: César Lima - assessor de orçamento
“Teremos agora no mês de outubro o dia das crianças, que é uma época que se aumenta a arrecadação, e isso acaba refletindo no FPM também. É mais demanda de produtos industrializados, aumento de IPI, mais renda para os comerciantes e empresários que aumenta também o recolhimento do IRPJ (Imposto de Renda de Pessoa Jurídica)”
LOC.: Os valores repassados a cada um dos municípios brasileiros é calculado com base em informações prestadas ao TCU até o dia 31 de outubro de cada ano pelo IBGE. A conta para obter o coeficiente de cada município é feita pela multiplicação do fator população vezes o fator renda per capita, respeitando as proporções quantitativas de cada cidade.
A prefeita de São João D’Aliança, Débora Domingues, município de Goiás com menos de 14 mil habitantes, tem o FPM e o ICMS como principal receita. Segundo a gestora, essa é a realidade da maior parte das cidades de pequeno porte.
Para driblar as dificuldades financeiras do último trimestre — quando a arrecadação do FPM caiu significativamente —, a prefeita conta o que teve que fazer para custear folha de pagamento e outros gastos.
TEC/SONORA: Débora Domingues, prefeita de São João D’Aliança
“Nós conseguimos porque tínhamos uma reserva, já que desenvolvemos algumas estratégias para conseguir mais dinheiro como leiloar bens imóveis, bens móveis. Mas de fato, nós já entramos nessa reserva e se a gente não tiver socorro, vamos ter que paralisar as atividades.”
LOC: Apesar do FPM ser a principal fonte de custeio de grande parte dos municípios brasileiros, muitas cidades podem ter esse recurso bloqueado. Os motivos são muitos e vão desde ausência de pagamento da contribuição ao Pasep, INSS, até problemas burocráticos. De acordo com o Sistema Integrado de Administração Financeira do governo federal (Siafi), até o dia 26 de setembro 22 municípios estavam impedidos de receber esses recursos federais, inclusive o FPM.
Reportagem, Lívia Braz