LOC.: O enfrentamento da desinformação durante o processo eleitoral será ainda mais forte no segundo turno. Após reunião com as principais plataformas digitais presentes no Brasil, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou nesta quinta-feira (20), por unanimidade, uma resolução que visa dar mais agilidade ao processo de retirada do ar de conteúdos considerados fake news.
O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, justificou a nova regra.
TEC./SONORA: Min. Alexandre de Moraes, presidente do TSE
"Todos vem acompanhando que a partir do segundo turno houve um aumento é uma proliferação não só de notícias fraudulentas mas da agressividade dessas notícias, do discurso de ódio, que sabemos todos que não leva nada simplesmente leva uma corrosão da democracia. Exatamente por isso a necessidade de um procedimento mais célere com enfrentamento à desinformação”.
LOC.: Sendo assim, o TSE já pode determinar às plataformas que os endereços on-line dos conteúdos tidos como mentirosos sejam retirados do ar em até duas horas. Às vésperas da votação, a retirada será em até uma hora. No caso de fake news replicada, o presidente do tribunal poderá estender a decisão de remoção da mentira para todos os conteúdos. E, ainda, o TSE poderá suspender canais que publiquem fake news de forma reiterada, bem como será proibida a propaganda eleitoral paga na internet 48 horas antes do pleito e nas 24 horas seguintes.
Para Alberto Rollo, especialista em direito eleitoral, a iniciativa é justificável e dentro das regras democráticas.
TEC./SONORA: Alberto Rollo, especialista em direito eleitoral
"Nesta reta final da campanha eleitoral, é bastante elogiável a preocupação do TSE com o momento. Parece que cada dia fica pior, mais fake news, mais mentiras, e o papel do TSE é disciplinar o processo eleitoral e, de uma certa maneira, defender o eleitor, defender a sociedade dessas notícias falsas, dessas mentiras, dessas fake news. Então, o TSE está atuando dentro da sua competência, isto está previsto na Constituição Federal, isto está previsto no Código Eleitoral”.
LOC.: O especialista só fez uma ressalva, a de que mudanças de regras no meio do percurso pode ser complicado. Moraes argumenta que o que será feito é um trabalho de melhoria do que foi feito no primeiro turno.
TEC./SONORA: Min. Alexandre de Moraes, presidente do TSE
“Houve todo um planejamento, todo um combate a desinformação com absoluto êxito no primeiro turno e que nesse segundo turno, principalmente nessa reta final, será aprimorado”.
LOC.: Quem também questionou a nova resolução da Justiça Eleitoral foi o Procurador-Geral de República, Augusto Aras. Nesta sexta-feira, Aras protocolou no Supremo Tribunal Federal uma ação direta de inconstitucionalidade pedindo a suspensão do documento. Neste sábado, porém, o ministro Edson Fachin rejeitou o pedido de Aras, abre aspas, “por não identificar a presença dos pressupostos legais e dada a necessidade imperiosa de se garantir a segurança jurídica quanto ao regramento incidente sobre as eleições”. A decisão do ministro será avaliada pelos demais ministros no plenário virtual da Suprema Corte, no qual o ministro Alexandre de Moraes não poderá se manifestar por ser parte interessade. Cabe à presidente do STF, ministra Rosa Weber, definir a data da sessão.
Reportagem, Álvaro Couto.