Data de publicação: 09 de Fevereiro de 2023, 17:58h, atualizado em 09 de Fevereiro de 2023, 17:54h
LOC.: Por unanimidade, o plenário da Corte aprovou nesta quarta-feira (08) uma súmula vinculante que “quebra” decisões judiciais definitivas sobre tributos. Com a alteração, a Receita Federal poderá cobrar impostos que, graças a decisões judiciais definitivas (tese do século), não foram recolhidos durante anos.
Segundo o economista Newton Marques, a reversão da tese do século implica em bilhões de reais que não foram cobrados ao longo do tempo pela união.
TEC./SONORA: Newton Marques, economista
“No entendimento do supremo o ICMS não era para ser incluído. Se é pago a contribuição sobre o lucro líquido e a contribuição sobre o financiamento da seguridade social, o Cofins, ou seja, você cobra em cima de um preço, sobre o faturamento. Faturamento é preços verso quantidades, se você tem o preço de incluindo o ICMS se tem um valor. Tirando ICMS, o valor fica menor”.
LOC.: Os ministros também negaram, por 6 a 5 votos, o pedido de modulação de efeitos formulado pelos contribuintes. Com a negativa, a União pode cobrar tributos não recolhidos durante mais de 15 anos.
Para Marques, a medida pode pesar no bolso de várias empresas que não recolheram os tributos.
TEC./SONORA: Newton Marques, economista
“O empresário vai ter que pagar mais. Se ele pagou menos, quanto tirou o ICMS, agora ele vai ter que pagar. E quem paga os impostos inicialmente, é o empresário, mas ele coloca no preço final, quando você compra um produto, já tem um imposto, então você paga tributo, mas o empresário tem que recolher”.
LOC.: Uma segunda parte dessa discussão ainda está indefinida: o momento exato em que a decisão definitiva perderá a validade, se vai ser imediatamente após a decisão do STF ou se terão de ser respeitados os princípios da anterioridade nonagesimal (90 dias após a decisão) e a anual (ano seguinte à decisão).
Reportagem, Landara Lima.