
LOC.: Para incentivar o desenvolvimento sustentável, o Senai e a Suzano, empresa de papel e celulose, investirão mais de dezesseis milhões em catorze projetos de bioeconomia. As iniciativas são ligadas a temas como remoção de carbono, biomassa de eucalipto, agroflorestal e embalagens sustentáveis. Dentre os projetos selecionados, sete terão parceria com startups, três com universidades e cinco com Institutos Senai de Inovação. O prazo para execução do portfólio é de vinte e quatro meses. A parceria visa fortalecer um setor em que o Brasil tem potencial para ser líder mundial, uma vez que 20% da biodiversidade do planeta está aqui.
Para o professor e especialista em Ecologia Industrial, Armando Caldeira, a bioeconomia é um dos pilares da chamada economia circular, conceito que busca utilizar melhor produtos biológicos e evitar desperdícios na cadeia produtiva.
TEC./SONORA: Armando Caldeira, especialista Ecologia Industrial
“Quando você pensa em bioeconomia com a utilização de um carbono verde, um carbono que veio do ar e foi incorporada pela planta você tem aí uma quantidade de setores econômicos bastante grande. Abrangendo alimento, toda a parte da bioeconomia ligada as tinturas, roupas, fibras necessárias para fazer estruturas. A parte de energia, a farmacêutica também”.
LOC.: No entendimento da Confederação Nacional da Indústria, uma das prioridades para a bioeconomia poder avançar no Brasil está no aprimoramento da legislação, tanto de normas relacionadas ao uso da biodiversidade quanto para inovação e propriedade intelectual. Na Câmara dos Deputados, tramita um projeto que cria política nacional para desenvolver a bioeconomia no Brasil, com princípios, diretrizes e instrumentos do setor.
Um dos autores do PLP cento e cinquenta, de dois mil e vinte e dois, o deputado Da Vitória, do PP do Espírito Santo, a aprovação da matéria se faz necessária para garantir a retomada econômica e a criação de empregos, especialmente no cenário pós-pandemia.
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TEC./SONORA: Da Vitoria, deputado federal (PP-ES)
“Ele traz nos seus incisos toda uma política estabelecida de implementação para as empresas para o setor produtivo de um instrumento que a política nacional seria voltada na bioeconomia. Então tem uma ampla linha de normatização vinculando todos os órgãos necessários, mudando as regras que já existem e trazendo um plano específico, juntando toda a legislação, fazendo as alterações, sugerindo uma normatização de comportamento para que as empresas, os empreendedores, possam desenvolver de forma sustentável de forma vinculada a uma política de bioeconomia”.
LOC.: Dados da Associação Brasileira de Bioinovação, o setor de biotecnologia industrial – um dos segmentos da bioeconomia – pode agregar, nos próximos vinte anos, aproximadamente cinquenta e três bilhões de dólares anuais à economia brasileira e gerar cerca de duzentos e dezessete mil novos postos de trabalhos qualificados. Para isso, as empresas do setor precisariam investir US$ 132 bilhões ao longo de duas décadas.
Reportagem, Landara Lima.