LOC.: Sob críticas do governo nas últimas semanas por causa do patamar da taxa de juros, o Banco Central não corre o risco de ter sua autonomia revista pelo Congresso Nacional. É o que disse o senador Eduardo Gomes (PL-TO) em entrevista ao Brasil 61 na última quarta-feira (1º).
TEC./SONORA: senador Eduardo Gomes (PL–TO)
"Tendo como parâmetro o comportamento econômico internacional, o Congresso Nacional decidiu por institucionalizar a independência do Banco Central como fator de equilíbrio econômico e pelo que se compreende das lideranças atuais do Congresso, no Senado e na Câmara, dificilmente nós teremos uma revisão dessa norma".
LOC.: Depois que o presidente Lula se mostrou contrariado com a manutenção da taxa básica de juros da economia, a Selic, em 13,75%, e deu a entender que poderia tentar reverter a autonomia do Bacen.
A economista Fernanda Mansano, professora do Ibmec, critica a fala e explica o impacto que o fim da autonomia do Bacen pode ter na economia.
TEC./SONORA: Fernanda Mansano, professora do Ibmec
"Quando a gente tem incertezas futuras em relação à economia, o mercado responde pedindo mais prêmio. O mercado vai exigir taxas de juros maiores para emprestar dinheiro para o governo. Isso a gente já tem observado olhando a curva longa dos DI's, os juros futuros. É o impacto que a gente tem quando as regras mudam no meio do caminho".
LOC.: Responsável por definir a taxa de juros, o Conselho de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne, pela segunda vez em 2023, nos dias 21 e 22 de março. O Copom vai decidir se aumenta, mantém ou diminui o atual patamar de juros.
Reportagem, Felipe Moura