Data de publicação: 17 de Julho de 2023, 04:45h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:26h
A tecnologia surge como um dos atalhos para que a universalização dos serviços de saneamento seja cumprida até 2033. Um exemplo dessa iniciativa que tem dado certo está na capital federal. É o que conta o gerente de geoprocessamento da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), Carlos Eduardo Pires.
“O marco legal fala que um dos principais desafios é a universalização dos serviços. E a universalização dos serviços passa por várias vertentes. Além do investimento em si, nós apostamos também na otimização dos processos internos. Se conseguir fazer que a empresa produza mais com menos, você vai ter mais condições de economizar recursos para investir na expansão desses sistemas”, afirma.
A tecnologia utilizada pela Caesb é o ArcGis, um sistema de informações geográficas que traz um mapeamento detalhado de redes de saneamento, distribuição geográfica da população e eventuais problemas na estrutura. De acordo com Diogo Reis, especialista de mercado com foco em saneamento da empresa responsável pela distribuição da tecnologia no Brasil, o GIS faz parte da solução para o setor atualmente. Ele explica que a Imagem fornece licenças para uso do sistema levando em conta o porte da empresa que deseja utilizá-lo.
“Com relação a investimento, a gente tem muito ganho com saúde financeira das empresas que usam muito por conta desse retorno potencial que a gente tem com o uso da tecnologia. Com relação ao investimento, principalmente para as pequenas, existem diversos modelos de licenciamento. Existem diversas formas de licenciar o software para diferentes perfis de organização”, pontua.
Para alcançar as metas de 99% da população brasileira com acesso a água tratada e 90% com coleta e tratamento de esgoto, o Brasil tem ainda um longo caminho a percorrer. De acordo com os dados mais recentes do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, 96 milhões de pessoas vivem em locais com esgoto a céu aberto e 36,3 milhões não têm água potável nas torneiras.
Estudo do Instituto Trata Brasil aponta a necessidade de R$ 45 bilhões anuais em investimentos para atingir a universalização do saneamento. O valor é mais que o dobro do que é investido atualmente, segundo o levantamento — cerca de R$ 20 bilhões por ano. O senador Confúcio Moura (MDB-RO), presidente da Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado, defende a maior participação da iniciativa privada.
“Com recursos da União não será possível de jeito nenhum atingir esses objetivos de universalização. Então, há necessidade de participação do capital privado. Nós até gostaríamos muito que o projeto de debêntures de infraestrutura fosse aprovado para poder ajudar no financiamento das empresas interessadas em participar desse grande chamamento mundial para investimentos no Brasil, que é extremamente carente, principalmente o Norte e o Nordeste, onde a situação do esgoto e da água para a nossa região é das mais desiguais do país”, ressaltou o parlamentar.