LOC.: Com uma realidade ainda muito precária de saneamento básico no país, o Brasil registrou 191 mil internações por doenças de veiculação hídrica no ano passado – provenientes de água sem tratamento. O número foi maior do que o registrado em 2022, 143 mil, o que corresponde a 84,2% da população sem acesso à água. Ao todo, cerca de 32 milhões de habitantes não têm acesso à água e mais de 90 milhões vivem sem coleta de esgoto. Uma nova pesquisa do Instituto Trata Brasil, revela dados assustadores, segundo a presidente executiva Luana Pretto.
TEC./SONORA: Luana Pretto, Trata Brasil
“Quando a gente pensa que a taxa de internações por doenças de veiculação hídrica a cada 10 mil habitantes está associada ao acesso ao saneamento básico, isso fica muito claro quando a gente analisa os dados. O Brasil, de uma maneira geral, tem uma incidência de 9,43 internações por doentes de veiculação hídrica para cada 10 mil habitantes. É um número muito alto”,
LOC.: O médico infectologista Hemerson Luz explica que muitas doenças aparecem como resultado da falta de saneamento básico, como poluição da água e más condições de higiene. Ele mostra preocupação com a falta de serviços adequados à população no Brasil e lembra que a água potável é elemento essencial para a vida.
TEC./SONORA: Hemerson Luz, infectologista
“Quando não há segurança nos recursos hídricos, doenças como infecções intestinais causadas por bactérias, vírus e protozoários, além da hepatite A, e a própria dengue que se relaciona com a água empoçada que se torna um criadouro para o mosquito vetor podem também ter um impacto importante nas pessoas”,
LOC.: Com base nos indicadores de saúde do DATASUS (2022) presentes no Painel Saneamento Brasil, plataforma do ITB que contempla indicadores dos serviços básicos de 893 localidades brasileiras, o Trata Brasil revela que existem municípios em situação precária, e aqueles que precisam melhorar o desempenho e avançar ainda mais, como Juazeiro do Norte (CE) que tem uma população de 70.874 habitantes sem acesso à água limpa, o que corresponde a 24,8% da população, em 2022. O levantamento mostra que ocorreram 136 internações totais por doenças de veiculação hídrica e uma morte.
Reportagem, Lívia Azevedo