LOC.: Caracterizado pelo resfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico, o fenômeno climático La Niña tem prejudicado a economia e a agricultura de vários países nos últimos três anos. O efeito deve se estender por mais tempo em 2023, embora com menor força, apontam especialistas.
De acordo com o boletim da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera, o NOAA, órgão de serviços de meteorologia dos Estados Unidos, a maior probabilidade é de que o Pacífico volte à normalidade apenas em meados do verão.
No Brasil, este mês de janeiro deve ser marcado por estiagem no Sul do País. No entanto, a previsão é de chuvas um pouco acima da média no Norte e no Nordeste. A probabilidade de ocorrência do La Niña nestas regiões é de 93%. Meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia, o Inmet, Mozar Salvador explica o que é o impacto do efeito climático nas regiões brasileiras.
TEC/SONORA: Meteorologista do Inmet, Mozar Salvador
“A Lã Niña é um fenômeno oceânico que se caracteriza, principalmente, pelo resfriamento anômalo e persistente, ao longo de meses, nas águas das superfícies do Oceano Pacífico Equatorial. No Brasil, os efeitos são sentidos principalmente no Sul do país, com chuvas irregulares, às vezes com ocorrência de veranico ou até mesmo seca. Enquanto que partes das regiões Norte e Nordeste podem sofrer com excesso de chuva ou chuvas mais frequentes.”
LOC.: Na agricultura, o La Niña tem deixado um rastro de prejuízos na produção de grãos como arroz, milho e soja no Sul do país. Isso porque, devido ao fenômeno natural, as chuvas têm se concentrado na região Centro-Norte do Brasil, enquanto que em estados como o Rio Grande do Sul e países vizinhos o efeito é contrário. O consultor de mercado, Evandro Oliveira, detalha o cenário da produção de grãos no Sul do País e em países como a Argentina.
TEC/SONORA: Consultor de mercado, Evandro Oliveira
"Na Argentina, a primeira safra de soja que começou entre os meses de novembro e dezembro, muito afetada pela falta de chuva, e a segunda safra de soja do país já tendo reporte de atrasos que começou entre os meses de janeiro e fevereiro, atrasos por conta dos solos secos, sem condição de plantar por falta de umidade do solo".
LOC.: Em relação ao café, observa o especialista, estima-se uma queda na produção de aproximadamente 12% no Brasil.