LOC.: O senador Eduardo Braga confirmou que não vai mais entregar o relatório da reforma tributária nesta quarta-feira (4), como previsto. O relator da proposta afirmou que espera agora apresentar o parecer até o dia 20 de outubro. Segundo Braga, várias questões contribuíram para o adiamento da entrega. Entre elas, as mais de duzentas e cinquenta emendas, que são alterações ao texto principal, apresentadas pelos senadores.
Um dos senadores que mais protocolaram emendas foi o líder do Republicanos na Casa, Mecias de Jesus. Entre as preocupações do congressista de Roraima está a sobrevivência das Áreas de Livre Comércio, situadas no estado. Essas áreas recebem incentivos fiscais semelhantes aos da Zona Franca de Manaus, como isenção de IPI e de ICMS dos produtos. Esses impostos acabam, com a vigência da reforma. Para manter a competitvidade da Zona Franca, o texto prevê a criação de um fundo para o Amazonas, o que não está previsto para outros estados da região Norte.
TEC./SONORA: senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR)
"Nós queremos que esse fundo que vai cobrir o prejuízo que será dado ao estado do Amazonas em função das regalias que a Zona Franca de Manaus vai perder seja dado também ao estado de Roraima, em função das áreas de livre comércio que nós temos. Isso, sem dúvida nenhuma, nos ajudava bastante no comércio local e na geração de emprego e renda."
LOC.: Gabriel Quintanilha, doutor em direito e professor da Fundação Getulio Vargas, explica que a competitividade dos produtos feitos na Zona Franca e nas Áreas de Livre Comércio se sustenta com base na redução de impostos para essas regiões. Com a extinção do ICMS e do IPI, ele avalia que só resta uma alternativa, embora não seja a ideal.
TEC./SONORA: Gabriel Quintanilha, professor da FGV
"Com a reforma tributária, uma vez que esses impostos deixam de existir, a reposição financeira é a única solução possível. Não é o melhor caminho. O melhor caminho seria um sistema justo, um país em que houvesse interligação de todas as regiões de forma simples, para que efetivamente não houvesse necessidade da Zona Franca, mas infelizmente isso não vai acontecer. Teremos que usar a solução que está prevista no texto, ainda que não seja a melhor."
LOC.: O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, espera votar a reforma tributária até o fim de outubro.
Reportagem, Felipe Moura.